Museu de Arte Moderna (MAM) recebe intervenções para reunião da cúpula do BricsReginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - As Forças Armadas informaram que seis equipamentos anti-drones e caças armados com mísseis serão utilizados para reforçar o esquema segurança durante a reunião de Cúpula do Brics, realizada entre domingo (6) e segunda-feira (7), no Rio. Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (2), no Palácio Duque de Caxias, no Centro, representantes do Exército, Marinha e Aeronáutica detalharam o planejamento.
O esquema será semelhante ao realizado durante o G20, que aconteceu em novembro do ano passado. As Forças Armadas acompanharão o trajeto das comitivas dos países participantes, passando pelo Aeroporto do Galeão, hotéis e pontos de encontro do evento, como o Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo.
Uma diferença em relação ao planejamento de segurança do G20 é o armamento equipado nos caças. Em novembro, a Força Aérea Brasileira não utilizou os mísseis nas aeronaves. Já os antidrones ficarão posicionados em pontos estratégicos da cidade.
Na terça-feira (1º), o Governo Federal oficializou a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) até o próximo dia 9. Segundo o texto, os militares tem por finalidade garantir a segurança da reunião e dos participantes de cada país envolvidos. O trabalho será realizado em articulação com os órgãos de segurança do Estado do Rio.
De acordo com o decreto, as Forças Armadas ficarão no perímetro externo de segurança, com a inclusão das águas jurisdicionais, nos perímetros do: MAM; da Marina da Glória, na região central; do Monumento Estácio de Sá, no Aterro; do Hotel Fairmont, em Copacabana; e das hospedagem das delegações dos Chefes de Estados.
Forças estaduais
O Governo do Estado do Rio de Janeiro mobilizou cerca de 17 mil agentes de segurança pública para atuar durante a cúpula do Brics. A operação contará com a participação de policiais civis, militares e integrantes do programa Segurança Presente, além de incluir reforços no policiamento nas ruas, nos arredores do evento e em hotéis onde as delegações estarão hospedadas.
Do total, 15,5 mil são policiais militares, incluindo efetivos do Comando de Operações Especiais (COE), com apoio do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) Móvel, instalado próximo ao MAM. O monitoramento será reforçado por câmeras com reconhecimento facial e leitura de placas, drones, helicópteros e câmeras corporais.
A Polícia Civil empregará cerca de 1.400 agentes, com reforço nas delegacias da região. Também haverá uma Central de Flagrantes extraordinária na Cidade da Polícia, além de equipes especializadas como o Esquadrão Antibomba, peritos e agentes com proficiência em idiomas. Delegacias localizadas no trajeto das autoridades poderão servir como pontos de refúgio, caso necessário.
Mudanças no trânsito
Para minimizar os impactos e reforçar a segurança, a Prefeitura do Rio decretou ponto facultativo nas repartições públicas na sexta-feira (4) e feriado municipal na segunda.
O acesso à Avenida Atlântica, em Copacabana, durante o período do evento, será permitido apenas para os moradores que apresentarem comprovante de residência. Segundo a CET-Rio, os ônibus e carros serão desviados pela Rua Barata Ribeiro e pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Enquanto no Aterro, os desvios serão pela Praia do Flamengo.
Entre os dias 4 e 7 de julho, o estacionamento na orla da Zona Sul também estará proibido, até mesmo para carga e descarga entre Leblon e Ipanema.
No Aterro do Flamengo, haverá bloqueio total das 12h do dia 5 de julho até as 23h59 do dia 7 de julho para o deslocamento das comitivas. A interdição será entre o Monumento a Estácio de Sá até o Trevo dos Estudantes, perto do Aeroporto Santos Dumont.
No dia 4, na Praia do Flamengo, já estão proibidas bicicletas, quadriciclos, patinetes, objetos perfurocortantes, vidros, guarda-sol e hastes de bandeiras, entre 20h a 3h. Nos demais horários, o acesso terá restrições e reforço de guardas municipais.
Brics
O Brics é um fórum de coordenação política e diplomática para países do Sul Global, que atua para fortalecer a cooperação econômica, política e social entre os membros, e aumentar a influência na governança internacional. O grupo busca ampliar a legitimidade, a equidade de participação e a eficiência de instituições globais como a Organização das Nações Unidas (ONU), o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio (OMC). O bloco também tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento social e econômico sustentável e promover a inclusão social.
O grupo é composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Indonésia, e ainda tem como países parceiros a Bielorrússia, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.