Márcio Melo levou cinco pontos na boca e sua mulher operou o dedo Arquivo pessoal

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Marcela Ribeiro
Rio - A briga que aconteceu no Bartequim. no Méier, na Zona Norte, na noite de quarta-feira (2), teve mais uma vítima. Além do homem que foi espancado, mesmo após ficar desacordado no chão, identificado como Márcio Melo, de 59 anos, a mulher dele, de 60 anos, também foi empurrada e quebrou um dedo da mão.
Ele foi levado para o hospital, onde levou cinco pontos na boca após as agressões e liberado em seguida. Sua mulher, que prefere não ser identificada, passou por uma cirurgia e recebeu alta neste sábado (5).
As vítimas foram ao local para prestigiar o aniversário de uma amiga. Segundo Márcio, a briga começou dentro do bar, que oferecia rodízio de petiscos e bebida liberada até às 23h, mas os funcionários começaram a recolher os copos ainda cheios antes da hora, o que causou revolta entre os clientes, incluindo a aniversariante.
Ela teria jogado um copo de cerveja em direção a uma funcionária e a confusão foi iniciada. O bar foi fechado e o desentendimento continuou do lado de fora quando o homem que agrediu Márcio, apontado por ele como um dos sócios do bar, questionou "quem era o valente" que iria enfrentá-lo. Márcio diz que foi tentar apaziguar a briga quando o neto da aniversariante, de 17 anos, quase levou um soco do agressor.
"Quando ele me acertou, eu caí, e, em vez de parar, ele continuou e outro funcionário do restaurante veio e eu já estava desmaiado. Ele proferiu alguns chutes, mas, graças a Deus, a ressonância magnética que fiz ontem não deu nenhum problema. Minha esposa foi chutada porque ela intercedeu para eu não sofrer mais lesões, e foi também arremessada. Ela quebrou o dedo da mão esquerda e passou para uma cirurgia", detalhou. 
A vítima registrou a ocorrência na quinta-feira (3), por lesão corporal e tentativa de homicídio, e também passou por exame de corpo delito. "A gente sofreu agressões de forma covarde", disse.
Segundo moradores da região, o Bartequim funcionou normalmente no dia seguinte e nos últimos dois dias não abriu. Em uma postagem no Instagram, na sexta-feira (4) o bar disse que a confusão começou dentro do local, após clientes "exaltados" agredirem verbal e fisicamente os seus funcionários. Ainda segundo o comunicado, o episódio se estendeu para a área externa, "culminando em cenas que não condizem com os valores e a história do Bartequim".
A reportagem tentou contato com algum representante do estabelecimento, mas não obteve retorno até o momento. No entanto, no perfil do Bartequim no Instagram, uma mulher, que se apresenta apenas como Tatiane e gerente do estabelecimento, postou um vídeo, neste sábado (5), dando sua versão sobre o ocorrido: "Infelizmente, eu fui uma das pessoas envolvidas nesta confusão, que começou dentro do bar, com muita gritaria, xingamentos, chopp no meu rosto, ameaça com uma faca. A pessoa estava exaltada", recordou ela, aparentemente, referindo-se à aniversariante.
Tatiane relatou ainda que, horas após a confusão, pessoas teriam voltado ao bar e forçado a entrada. Ela, porém, não esclarece se o grupo teria ligação com os clientes envolvidos no desentendimento: "Depois disso, com a porta já fechada, um grupo tentou invadir o local. A gente só ouviu os gritos, os chutes... Foi assustador".
Ela encerra o vídeo destacando que o Bartequim "sempre foi um lugar de respeito, acolhedor", mas ressaltando que "não dá para aceitar agressões e ameaças sem se defender". 
A Polícia Civil disse que a investigação está em andamento na 26ª DP (Todos os Santos) e testemunhas são ouvidas na unidade. "Os laudos periciais serão analisados pelos agentes que também realizam outras diligências para esclarecer os fatos".