Siluanov afirmou que os mecanismos podem funcionar mesmo que envolvam formatos bilaterais ou trilaterais.Fernando Frazão / Agência Brasil
Siluanov afirmou que os mecanismos podem funcionar mesmo que envolvam formatos bilaterais ou trilaterais.
“Está em discussão é a criação de uma nova plataforma de investimentos. Até o momento, os membros do BRICS não chegaram a um acordo completo sobre isso. Mas é uma discussão em andamento. Vamos seguir esse caminho com os países interessados. Não é necessário que alcancemos um consenso na tomada de certas decisões financeiras”, disse o ministro.
“Existe a possibilidade de que as compras de títulos entre dois ou três países possa ser resolvida sem um consenso. Esses mecanismos seriam lançados e novos membros se juntariam a eles. Então, o trabalho está em andamento. Em algumas questões, mais rápido, em outras, um pouco mais lento”, complementou.
A declaração final do encontro de ministros de finanças e de diretores dos bancos centrais do Brics separou apenas um tópico sobre o tema. No documento, é dito que há progresso “na identificação de possíveis caminhos para apoiar a continuação das discussões sobre o potencial para uma maior interoperabilidade dos sistemas de pagamentos”.
Não há, portanto, nenhuma menção a acordo sobre como seriam esses sistemas alternativos. Apenas é dito que o relatório técnico produzido sobre tema “reflete as preferências reveladas pelos membros e deve desempenhar um papel fundamental em nossos esforços para facilitar pagamentos transfronteiriços rápidos, de baixo custo, mais acessíveis, eficientes, transparentes e seguros entre os países do Brics”.
Resseguro e riscos
Com isso, a expectativa é oferecer instrumentos para reduzir o risco de investimentos estratégicos e melhorar a credibilidade no Brics e no Sul Global. Uma iniciativa piloto está prevista para ser desenvolvida ainda em 2025.
A criação de uma resseguradora do grupo, vinculada ao NDB, é vista como medida estratégica pelo grupo.
“Embora o volume de transporte e o volume de comércio entre nossos países cresçam a cada ano, há a necessidade de criar uma seguradora independente. Já propusemos mecanismos específicos para a criação de uma resseguradora, por analogia com as atividades bancárias de uma organização internacional desse tipo, visto que vemos que a capacidade de seguros para atingir esse objetivo não é suficiente. E as principais seguradoras são empresas de países ocidentais”, disse Siluanov.
“Propomos preencher esse vácuo para ressegurar diferentes riscos, como riscos logísticos, riscos relacionados à construção e riscos relacionados ao clima. Isso foi discutido por muitos participantes hoje e preferimos que esta organização seja constituída como uma organização internacional com capital próprio que será integralizado pelos países interessados, e que esta empresa ressegurará os riscos das empresas que trabalham nos países-membros”, complementou.
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