Morro da Coroa, no Catumbi, Zona Central do RioAgência O Dia

Rio - A Justiça do Rio condenou a 90 anos de prisão em regime fechado três policiais militares envolvidos na morte de seis pessoas no Morro da Coroa, no Catumbi, Região Central. As vítimas morreram em uma operação da PM em abril de 2009. A prisão de Vagner Barbosa Santana, Jubson Alencar Cruz Souza e Leonardo José Jesus Nunes foi imediatamente decretada.
Na denúncia, Ministério Público (MPRJ) alegou que os agentes, então lotados no 1º BPM (Centro), "agiram com violência desnecessária". O MP apontou que não ficou comprovado que os agentes de segurança foram alvos de ataques durante a ação, como havia registrado inicialmente a PM.
Em novembro de 2023, os réus foram condenados, no II Tribunal do Júri, a 54 anos de prisão e a perder a função pública. Já no último dia 24, após recurso do MPRJ, a 8ª Câmara Criminal definiu os 90 anos de reclusão. O desembargador Gilmar Augusto Teixeira incluiu na decisão que as vítimas "foram executadas sumariamente, com disparos pelas costas", sobretudo na altura na cabeça e à curta distância.
A PM informou, por nota, que ainda não foi oficialmente notificada quanto à decisão judicial. A corporação, porém, destacou que ao saber do teor da determinação, iniciou o processo para cumprir os mandados de prisão. Vagner, Jubson e Leonardo serão levados à Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, para que os processos administrativos tenham continuidade.
Operação na Coroa
O caso aconteceu no dia 2 de abril de 2009, quando PMs foram à comunidade da Coroa para uma operação contra o tráfico de drogas. Durante a ação, Josenildo Estanislau dos Santos, de 42 anos, que trabalhava como lanterneiro, foi atingido com tiros de fuzil na nuca, logo após ser abordado pelos agentes. Ele seguia para comprar cigarros em um bar no interior da comunidade quando os disparos ocorreram.
Na mesma incursão, outros cinco homens foram executados pelos policiais. A PM afirmou que os mortos tinham envolvimento com o tráfico de drogas e que morreram em confronto com os agentes, o que era negado por testemunhas, amigos e parentes das vítimas.

Todos os baleados chegaram a ser socorridos para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, mas já chegaram na unidade de saúde sem vida.