Anderson de Castro Dias foi definido por amigos como um 'exemplo de militar e enfermeiro'Reprodução / Redes Sociais
Primo lamenta morte de militar da Aeronáutica: 'Todos os dias um vira estatística'
Anderson de Castro Dias foi executado a tiros na Avenida Brasil na noite da última sexta-feira (11) em uma tentativa de assalto
Rio - A família do suboficial da Aeronáutica Anderson de Castro Dias, executado a tiros na Avenida Brasil, na noite da última sexta-feira (11), clama por justiça. Segundo familiares, o enfermeiro sofreu uma tentativa de assalto entre Coelho Neto e Fazenda Botafogo, na Zona Norte, e reagiu, sendo baleado em seguida.
Ao DIA, Wallace Dias, primo do militar, destacou a personalidade do parente, pediu a solução do caso e fez críticas à segurança da cidade.
"É revoltante demais perder uma pessoa que a gente ama. Era um ser humano ímpar. Anderson era um cara de sorriso largo, que contagiava todos por onde passava. Um cara feliz, forte, com saúde e muita vida. A família está em choque pelo acontecido. Anderson, apesar de primo, era referência de vida para mim. Deixa um legado de amor, compreensão e uma vida inteira decidida a cuidar mais do outro do que de si próprio, tanto na vida profissional quanto na vida pessoal. Era muito fácil amar ele e mais fácil ainda ver o cuidado que ele tinha com o próximo. A gente quer que casos como o do Anderson sejam elucidados e não vire só estatística. Ninguém merece perder a vida por causa dessa criminalidade que nos assola aqui no Rio", afirmou.
Anderson estaria voltando para casa, em Itaguaí, na Baixada Fluminense, depois de cumprir um plantão na unidade de saúde que trabalhava, quando foi abordado pelos criminosos. Sua arma não foi encontrada até o momento.
"Quando é com os nossos dói muito mais! A segurança do Rio não existe e todos os dias um vira estatística. Bandidos soltos fazendo o que querem, destruindo famílias e enterrando sonhos. Um homem correto, pai de família, que servia a FAB [Força Aérea Brasileira] por longos anos. A criminalidade ceifa mais uma vida nesse caos que o Rio de Janeiro se tornou. Vai com Deus meu primo. Você está deixando muitas saudades", disse Wallace em uma postagem nas redes sociais.
A vítima também recebeu diversas homenagens de amigos que trabalharam com ela. O suboficial foi definido como um "exemplo de militar e enfermeiro".
"Que difícil aceitar sua partida meu amigo. Mais difícil é encarar a realidade que não poderemos mais nos encontrar nos corredores do hospital, naqueles instantes de conversas e risadas falando do cotidiano e de coisas importantes, recebendo sempre uma palavra de apoio sua. Como você sempre encontrava solução para os problemas mais difíceis, sempre conseguia nos orientar com problemas com carro, obra, celular e seguro. Era nosso exemplo de militar e enfermeiro, aquele que almejamos alcançar ao ficar mais antigo. No coração, sua lembrança sempre estará. Vá em paz," escreveu uma amiga.
"A sua partida precoce deixou nossos corações partidos. Sentiremos demais a sua falta! Um profissional ímpar, com mais de 30 anos de bons serviços prestados à FAB e, em especial, à enfermagem. Faltava tão pouco para a reserva e aconteceu essa tragédia. Agora, guardaremos os dias que rimos juntos, os bons papos e as trocas sempre positivas. Vá em paz, amigo querido Castro. Mais um sorriso que a violência do Rio silenciou", comentou outra.
Em nota, a FAB expressou suas condolências e informou que está prestando todo o apoio à família do militar. A corporação destacou também que acompanha o caso, contribuindo com as autoridades para a elucidação dos fatos.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Segundo a Polícia Civil, as diligências estão em andamento para apurar a autoria do crime e esclarecer as circunstâncias do crime.
Anderson será enterrado na tarde deste domingo (13) no Cemitério Padre Cezare Vigezzi, o Cemitério do SASE, em Itaguaí. Ele deixa a mulher e dois filhos.



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