Primeira unidade da Elite da Guarda Municipal será no Leblon, na Zona SulMarcos de Paulo/Prefeitura do Rio

A Prefeitura do Rio deu início às obras da primeira base da Divisão de Elite da Guarda Municipal - Força Municipal, nesta terça-feira (5). A unidade será implantada na Praça Nossa Senhora Auxiliadora, no Leblon, na Zona Sul, a partir da reforma de uma edificação já existente da corporação.

Em sua fase inicial, haverá três unidades operacionais. Além do Leblon, uma ficará em Inhoaíba, na Zona Oeste, e outra na Piedade, na Zona Norte. Cada base terá aproximadamente 500 metros quadrados de área construída e capacidade para receber até 200 agentes, totalizando 600 nas três unidades.
Os espaços contarão com setor administrativo, vestiários, refeitório, estacionamento e um paiol, área destinada à guarda de armamentos. Climatizadas, as estruturas serão erguidas com blocos de concreto, laje reforçada e porta de segurança, para garantir proteção e controle.

"Tomamos a decisão de armar uma parte da Guarda Municipal, criando um grupo de elite que vai ter o papel de combater os crimes de rua, roubos e furtos. Ela não vai ter o papel de combate à ocupação territorial, tráfico, milícia. Ela vai cuidar dos principais pontos de fluxo das pessoas na cidade", disse Paes.

Segundo o prefeito, o treinamento vai começar em setembro. "Ao longo do tempo, iremos, com muito critério, cuidado e treinamento, além de organização e gestão, ampliar o tamanho da Força Municipal para que ela possa atender toda a cidade. É um processo novo que a prefeitura entra para poder colaborar com as forças de segurança do governo do estado", acrescentou.

O projeto de construção da base está sob responsabilidade da Rio-Urbe, vinculada à Secretaria Municipal de Infraestrutura. O investimento será de aproximadamente R$ 2,7 milhões.
Como vai funcionar?

A atuação da Força Municipal será baseada em dados e evidências científicas. As intervenções serão estratégicas nas áreas de maior incidência de delitos, e as ações adaptadas às características de cada região. Todos os guardas sairão às ruas com um Quadro de Missão Diária (QMD), geolocalização ativada e atuação mapeada com base na mancha criminal de cada região.
Os agentes não atenderão ocorrências pelo 190 ou 1746, não realizarão operações voltadas ao enfrentamento do crime organizado, nem investigações. Além disso, não farão fiscalizações de ordem pública ou controlarão multidões ou distúrbios.

"A Divisão de Elite da Guarda Municipal, nossa Força Municipal, vai ser fundamental para o cumprimento das metas estratégicas de redução de crimes na cidade do Rio. Dentro das nossas premissas de atuação estão o treinamento, seleção de elite desse grupamento e as bases onde essas pessoas estarão sediadas", disse o secretário de Ordem Pública e futuro diretor-geral do grupo, Brenno Carnevale.

Os agentes serão dedicados exclusivamente à função e terão uma atuação adaptada às características de cada região. Cada um dos guardas trabalhará com câmeras corporais e rádios, que não podem ser desligados, sendo monitorados com receptor GPS. 

O modelo de gestão será baseado no Compstat, um sistema de gerenciamento policial baseado em dados, desenvolvido pela Polícia de Nova Iorque. O prefeito se reunirá, regularmente, com a corporação e com gestores municipais para discutir os problemas prioritários com base em relatórios de dados e definir estratégias de controle.