Clínica em Campo Grande é interditada depois de jovem morrer durante procedimento estéticoDivulgação

Rio - Duas responsáveis pelo Centro Médico Amacor foram presas, nesta terça-feira (9), depois que Marilha Menezes Antunes morreu durante um procedimento estético na clínica em Campo Grande, na Zona Oeste, na noite de segunda-feira (8). Diversos medicamentos vencidos foram encontrados e a unidade de saúde foi interditada.
Agentes da Polícia Civil encontraram os remédios fora do prazo de validade no centro cirúrgico, na farmácia da clínica e no carrinho de parada cardíaca, que estava no local em que Marilha morreu. Em outras salas, também foram encontrados medicamentos sem a devida identificação de validade e origem.
As mulheres, gerentes do estabelecimento, foram presas em flagrante pelo crime contra relação de consumo e a clínica foi interditada. O material foi apreendido e passará por perícia. As investigações a respeito da morte seguem em andamento.
Na terça-feira (9), o Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) realizou uma fiscalização na clínica e informou que abriu uma sindicância para apurar os fatos. O procedimento corre em sigilo, seguindo todos os ritos obrigatórios do Código de Processo Ético-Profissional.
Questionada sobre as prisões, a Amacor disse que "as funcionárias que compareceram à delegacia não foram presas. Elas foram conduzidas apenas para prestar esclarecimentos e foram liberadas no mesmo dia. Ressaltamos que não houve decretação de prisão de qualquer colaborador da clínica até o momento, uma vez que não existe nenhum indício de culpa ou de falha por parte da Amacor", em nota enviada ao DIA.
"Reiteramos nosso compromisso com a transparência, a ética e a plena colaboração com as autoridades competentes, confiantes de que todos os fatos serão devidamente esclarecidos", finalizou a clínica.
Relembre o caso
Marilha morreu na noite de segunda-feira (8) horas depois de dar entrada na clínica para uma hidrolipoenxertia no glúteo, procedimento estético que havia dado de presente para si mesma em comemoração ao aniversário de 28 anos, completado em 1º de setembro.
A família da jovem acusou o médico responsável pelo procedimento de omitir a real causa da morte e afirmou que a clínica não tinha estruturas para prestar o suporte necessário para prestar socorro à Marilha.
A irmã de Marilha, Léa Carolina, contou que o cirurgião havia dito que a paciente tinha sofrido uma bronco-aspiração e parada cardíaca. Após necrópsia, feita nesta terça-feira (9), o médico legista, no entanto, concluiu que Marilha morreu por choque hipovolêmico, hemorragia interna e ação perfuro contundente. 
Na ocasião, a clinica Amacor destacou, ao DIA, que o procedimento foi realizado por uma equipe médica que alugou uma sala para a realização da cirurgia. A clínica é classificada como "One Day Clinic" (Hospital Dia) e o seu centro cirúrgico serve como uma hotelaria, ou seja, terceiros alugam o espaço para procedimentos.
A direção ainda afirmou que a Amacor é responsável por fornecer a infraestrutura e orientação da conduta médica local. Além disso, ressaltou que o seu centro cirúrgico está devidamente aparelhado com todos os equipamentos essenciais para o atendimento de emergências cardiovasculares e respiratórias.
Familiares e amigos deram o último adeus a Marilha na tarde desta quarta-feira (10). O corpo da jovem foi sepultado no Cemitério da Cacuia, Ilha do Governador, por volta das 15h30. Ela deixa um filho de 6 anos.