Rio – O deputado estadual Átila Nunes (MDB) entrou com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) contra o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) por intolerância religiosa. De acordo com a denúncia, o pastor fez declarações que desqualificaram diretamente entidades de matriz africana, ao chamá-las de "feitiçaria" durante evento realizado em Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais.
No documento do processo, obtido pelo DIA, Átila Nunes argumenta que o parlamentar cometeu um "verdadeiro vilipêndio religioso" e atacou, também, "a própria dignidade da coletividade de praticantes da Umbanda e do Candomblé, reforçando preconceitos históricos e promovendo a exclusão simbólica de grupos tradicionalmente marginalizados".
A fala de Feliciano aconteceu no último sábado (13). "Não sobrará em Conselheiro Lafaiete Zé Pelintra, Zé Pilantra, Exu Caveira, Tranca Rua e Preto Velho. Nenhuma obra de feitiçaria vai governar mais essa terra, porque a presença do Deus eterno pode modificar os nossos corações", disse, no encontro Celebrai.
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA É CRIME!
Acionamos o MPF e o MPMG contra mais um episódio gravíssimo em Minas: durante um evento em Conselheiro Lafaiete, o pastor Marco Feliciano atacou diretamente as religiões de matriz africana
O deputado estadual e colunista do O DIA tambémdestacou que o discurso não ficou restrito ao espaço físico do evento, pois foi divulgado em vídeos postados pelo público nas redes sociais.
"Configura-se, portanto, em tese, a prática de intolerância religiosa, racismo cultural e discurso de ódio, condutas que não encontram guarida no Princípio da Liberdade de Expressão", afirma o texto.
A ação pede a instauração de uma investigação criminal, preservação de provas digitais, suspensão da exibição pública dos clipes ofensivos, processo na Câmara dos Deputados por quebra de decoro parlamentar, indenização por danos morais coletivos, entre outras medidas.
A reportagem tenta contato com a assessoria de Marco Feliciano para um posicionamento. O espaço está aberto.
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