Grupo se reuniu em frente ao Complexo de Gericinó após STJ revogar prisão de OruamReprodução/Redes Sociais
Noiva de Oruam faz 'vigília' em presídio após STJ revogar prisão do rapper
Influenciadora Fernanda Valença e grupo fizeram orações e cantaram músicas gospel. Cantor está preso desde julho
Rio - A noiva de Oruam passou a noite em frente ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogar a prisão preventiva do rapper. A influenciadora Fernanda Valença e um grupo se reuniram no local, nesta sexta-feira (26), em celebração a decisão. Mauro Davi dos Santos Nepomuceno está preso desde julho e deve deixar a cadeia a partir da próxima semana.
Em vídeos publicados nas redes sociais de Fernanda, a influenciadora e um grupo aparecem fazendo orações, cantando músicas gospel e lendo passagens bíblicas em frente ao presídio. Um pastor também participou do ato, que contou com uma faixa escrito "Mauro você não é bandido" e um cartaz com a foto do rapper e a frase "Liberdade". Algumas pessoas ainda usavam camisas com imagem de Oruam.
A expectativa é de que o cantor saia da Penitenciária Dr. Serrano Neves, no presídio de Bangu 3, a partir de segunda-feira (29). Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que não foi notificada oficialmente sobre a decisão e que "aguarda a publicação nos canais competentes para adoção das medidas cabíveis".
A defesa de Mauro diz que a decisão do STJ "restabelece a regra do processo penal: a liberdade" e que a prisão ocorreu ilegalmente. "Nunca existiram evidências acerca de cometimento de crime e tampouco acerca da necessidade da sua prisão provisória, decretada para atender a finalidades estranhas ao processo", aponta a nota. Oruam agora terá que cumprir medidas cautelares e, segundo os advogados, ele "provará sua inocência no curso do processo".
Na decisão, o ministro do STJ, Joel Ilan Paciornik, entendeu que o decreto de prisão preventiva tem fundamentação insuficiente e que foram usados de "argumentos vagos" sobre o risco de novas práticas criminosas e de fuga, uma vez que o rapper é primário e se apresentou espontaneamente para o cumprimento do mandado de prisão.
Entenda o caso
Oruam foi preso em 21 de julho, por atacar agentes e tentar impedir o cumprimento de um mandado de busca e apreensão contra um adolescente de 17 anos que estava escondido em sua mansão. Segundo a Polícia Civil, no momento da prisão do jovem, o rapper e outras oito pessoas surgiram na varanda, xingaram e atacaram os agentes com pedras, ferindo um dos policiais. Em seguida, eles desceram e continuaram com os insultos e ameaças à equipe.
Na ocasião, Mauro chegou a ser autuado em flagrante por desacato, resistência qualificada, lesão corporal, ameaça, dano e associação para o tráfico, mas fugiu para o Complexo da Penha, na Zona Norte. Em 22 de julho, a Justiça do Rio expediu um mandato de prisão contra ele, que foi indiciado por tráfico de drogas, associação ao tráfico, dano ao patrimônio público, desacato, lesão corporal, ameaça e resistência qualificada. No mesmo dia, o cantor se entregou à polícia.
O rapper passou a ser investigado por tentativa de homicídio contra um delegado e um policial e, em seguida, se tornou réu pelo crime. Na prisão, ele foi classificado como preso de "alta periculosidade" e, em agosto, o cantor, que é filho de Marcinho VP, apontado como um dos chefes do Comando Vermelho (CV) e sobrinho de Elias Pereira da Silva, o "Elias Maluco", acabou transferido para uma cela compartilhada com presos da facção.
No último dia 18, o juízo da 3ª Vara Criminal da Capital unificou os três processos que correm no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) contra Oruam. A decisão atende a um aditamento - ou seja, uma atualização a partir de novas descobertas - na denúncia oferecida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).




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