Voluntários recolhem muito lixo na GigoiaDivulgação/ Ari Kaye

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Waleria de Carvalho
O Meio Ambiente vive pedindo socorro. A crise climática está aí para todos verem. Mas o importante, além de saber, é se movimentar para que a situação mude e é isso que o projeto Rio ao Mar está fazendo desde  setembro com um olhar muito cuidadoso para a Baía de Guanabara, praias e mangues do Rio de Janeiro.
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A produtora Débora Paganni, organizadora do evento, torce pela sustentabilidade das ações - Divulgação/ Ari Kaye
O objetivo é fazer com que o meio ambiente seja respeitado e preservado - Divulgação / Ari Kaye
Até fevereiro, o pessoal do Rio ao Mar irá a muitas praias e lagoas - Divulgação/ Ari Kaye
Voluntários trabalham e recolhem muito lixo na Ilha da Gigoia - Divulgação/ Ari Kaye
O projeto,  que entra em sua 5ª edição,  é uma iniciativa da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura e ID Cultural, trabalhando para conscientizar a população, na prática, sobre o descarte incorreto dos lixos produzidos por nós e como isso afeta as águas da nossa cidade.No auge do verão, o Rio ao Mar terá ações culturais nas praias de Copacabana e do Recreio, em janeiro e fevereiro, respectivamente.
Shows, montagem de escultura de lixo reciclado, ao vivo, e pintura colaborativa com tintas naturais são algumas das atrações desta temporada. A edição traz também uma novidade: a Estação de reciclagem de plástico, incentivando a reutilização deste 'vilão' da natureza. A próxima faxina coletiva ambiental do Rio ao Mar acontece em 18 de outubro, na Praia de Belo Jardim, na Ilha do Governador, de 9h ao meio-dia.
Da primeira ação desta edição, realizada na Ilha da Gigóia em setembro de 2025, os números já impressionam. Contando com 45 pessoas engajadas em limpar um espaço de aproximadamente 200.000 m ao longo de três horas, o resultado foi um montante de 373,85 kg de resíduos sólidos recolhidos.
"Como nos outros anos, a quantidade de plástico impressiona. Principalmente sacolas plásticas e embalagens de produtos. Mas recolhemos até um braço de manequim e um encosto de sofá, além de metros de cabo elétrico. Ou seja, são muitos tipos diferentes de resíduos e ficamos felizes por podermos aproveitá-los, transformando-os em obras de arte que poderão ser vistas nas ações culturais em janeiro e fevereiro de 2026", entusiasma-se Débora Paganni, produtora da ID, responsável pela organização do evento há 3 edições.
O evento que inicialmente era mais voltado para o mutirão foi ganhando um perfil cada vez mais artístico. "O Rio ao Mar é um projeto que une cultura e preservação. Os resíduos plásticos são muitos e nas ações culturais teremos uma estação de reciclagem de plástico onde as pessoas poderão ver como acontece para que o resíduo volte a ser um objeto. Também teremos gincana! Dividiremos os de voluntários em dois grupos e quem recolher mais lixo será premiado", diz ela, acrescentando que uma escultura também será feita com lixo nos dias do evento em Copacabana e no Recreio.
"A quantidade de resíduos plásticos sempre nos choca. Tem muita embalagem de biscoito, de comida em geral, garrafas plásticas. O plástico é um resíduo preocupante", garante Débora Paganni. Ela diz que somando as 3 últimas edições do projeto mais uma tonelada de lixo foi coletada na faxina coletiva. Além disso, conseguiram limpar a maior área em cinco anos de existência do projeto: a Praia de Ramos, com 260.000m², contando com 40 pessoas na ação de transformação, durante 6 horas de trabalho.
O Rio ao Mar existe desde 2019, com temporadas em 2022, 2023 e 2024. A edição deste ano contará também com a limpeza coletiva na Praia de Belo Jardim – Ilha do Governador, no dia 18 de outubro; Praia do Galeão – próximo ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, em 8 de novembro; e a Praia da Engenhoca – Ribeira, no dia 6 de dezembro, sempre aos sábados. Como a participação popular nos mutirões é muito importante, quem se interessar em estar nas ações de transformação precisa preencher um formulário de inscrição, cujo link ficará disponível a partir da próxima semana no Instagram do Rio ao Mar (@rio.aomar).
"Meses antes do início do projeto realizamos uma pesquisa em busca das áreas mais degradadas por resíduos sólidos na cidade. É para essas áreas que levamos as ações de transformação, nas quais chegamos ao local de um jeito e o entregamos à cidade bem diferente depois de uma limpeza pesada", explica Débora.
O projeto conta ainda com oficinas e rodas de conversa para ajudar a conscientizar a população sobre a necessidade urgente do cuidado com o meio ambiente.
"Nas edições anteriores, as palestras e oficinas aconteciam durante as ações nas praias. Neste ano, levaremos um pouco do Rio ao Mar para dentro de institutos, ONGs, escolas e universidades públicas que estiveram conosco participando das ações nos últimos três anos de projeto", conta a produtora.
A integração entre limpeza coletiva e as atividades culturais é que traz o diferencial do projeto. Tanto que o encerramento da 5ª edição do Rio ao Mar, que acontecerá em fevereiro, será uma espécie de celebração.
Em janeiro começa o caminhar para a despedida da edição 2025: um palco será montado na praia de Copacabana e, em fevereiro, na praia do Recreio para shows do músico João Gaspar. Outras atrações vão enriquecer os eventos passando pela montagem de escultura de lixo reciclado, ao vivo, pintura colaborativa com tintas naturais em mural colocado diante do palco, até a disputa entre dois grupos inscritos para mutirão de coleta de lixo: a equipe que retirar a maior quantidade de resíduo receberá uma premiação."Será lindo pois haverá pôr do sol, música, arte e painel colaborativo ao longo do dia", diz a produtora, que sonha num dia em que o projeto possa se estender cada vez mais. 
"Seria incrível, mas por enquanto não há possibilidade. Temos que aprender a lidar com o nosso próprio lixo. É um processo longo, mas possível.  Acredito, de imediato, no descarte correto", afirma Debora, acrescentando que a meta do Rio ao Mar é fazer com que cada vez mais pessoas se importem, se sintam responsáveis pelos resíduos que geram e estejam dispostas a reaproveitar, reciclar e reutilizar, gerando menos resíduos.  "É possível a população da cidade fazer a diferença, com atitudes individuais e coletivas, para a melhoria do meio ambiente em que vivemos",  diz Débora.
Para a profissional, não basta apenas conscientizar a população sobre o problema, falta o poder público proteger a Baía da Guanabara. Ao ser indagada sobre a boa balneabilidade na Praia do Flamengo, ela conta. "Foi uma alegria imensa saber disso. Já fizemos ação na Praia do Flamengo.

SERVIÇO:
RIO AO MAR
AÇÕES DE TRANSFORMAÇÃO – DE 9H AO MEIO-DIA

18/10 (Sábado) – Praia de Belo Jardim – Ilha do Governador
08/11 (Sábado) - Praia do Galeão – Próximo ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim
06/12 (Sábado) – Praia da Engenhoca - Ribeira
Para as ações de transformação, os interessados precisam preencher um formulário de inscrição, cujo link ficará disponível a partir da próxima semana no Instagram do Rio ao Mar (@rio.aomar).
AÇÕES CULTURAIS (Sábado)
10/01/2026 (Sábado) – Praia de Copacabana
07/02/2026 (Sábado) – Praia do Recreio
ATIVIDADES NOS DOIS DIAS DO EVENTO:
- Estação de reciclagem;
- Montagem de escultura de lixo reciclado ao vivo durante a ação;
- Pintura colaborativa com tintas naturais em mural montado diante do palco;
- Mutirão de coleta de lixo com premiação: os inscritos para participar formam dois grupos (Azul e Amarelo). O grupo que coletar a maior quantidade de lixo receberá um prêmio;
- Show do músico João Gaspar, com repertório especial de MPB.