Rio - Após a megaoperação que deixou 121 mortos - 117 suspeitos e quatro policiais - nos complexos da Penha e do Alemão, a Polícia Militar passou a intensificar os treinamentos de resgate em áreas sob confronto armado. O objetivo é reduzir o tempo entre o tiro e o socorro para evitar potenciais mortes de agentes nas áreas de conflito.
Na manhã desta quarta-feira (5), agentes do Comando de Operações Especiais (COE) participaram de uma simulação voltada para atendimento a feridos em locais de alto risco. O exercício reproduziu cenários semelhantes aos das operações em comunidades como os complexos da Penha e do Alemão.
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A ação reforça a estratégia da corporação de capacitar equipes para atuar sob fogo cruzado e em vias bloqueadas por barricadas, onde ambulâncias convencionais não conseguem avançar. A PM usa ambulâncias blindadas e conta com duas unidades equipadas.
Segundo o Capitão Filipe Brumana, responsável pela coordenação de resgate, todo o fluxo de atendimento é planejado para ser imediato e seguro. Ele explica que os policiais posicionados nas áreas de ocupação são monitorados, e assim que chega um alerta de ferido por rádio ou telefone o blindado é acionado.
"Nas tropas especiais da PM sempre há um socorrista tático treinado dentro da equipe. Ele se abriga, faz o primeiro controle de danos e estabiliza o ferido. Quando chegamos com o blindado, conseguimos extrair o paciente já com todo o atendimento inicial realizado", afirma.
O oficial destaca que a corporação segue protocolos inspirados no TC3 (Tactical Combat Casualty Care), modelo adotado pelos Estados Unidos em zonas de guerra como o Golfo e o Afeganistão, adaptado pelo Grupamento Especial de Salvamento e Ações de Resgate (Gesar) para a realidade do Rio. “Nosso treinamento é constante, tanto para resgatar policiais quanto civis”, completou.
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