Rio - A Justiça do Rio adiou para os dias 5 e 6 de março de 2026 o julgamento dos réus Cesar Daniel Mondego de Souza, Eduardo Sobreira Moraes e do policial militar Leandro Machado da Silva, acusados de envolvimento na morte do advogado Rodrigo Crespo. A vítima foi executada a tiros em fevereiro do ano passado, próximo à sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), no Centro do Rio. O júri estava previsto para acontecer na próxima terça-feira (2).
O juiz Cariel Bezerra Patriota, 3ª Vara Criminal da Capital, decidiu pelo adiamento, acolhendo os requerimentos dos advogados dos réus, pois não foram localizadas as testemunhas indicadas pelas defesas de Eduardo e Cesar. Na decisão, o magistrado considerou que, em razão da proximidade da data da sessão de julgamento, não haveria tempo hábil para as defesas dos réus requererem a substituição das testemunhas não localizadas.
"Portanto, diante das certidões negativas de intimação de testemunhas arroladas pelas defesas dos réus Eduardo Sobreira de Moraes e Cezar Daniel Mondêngo de Souza, e em estrita observância à plenitude de defesa, a redesignação do Plenário é medida que se impõe, a fim de garantir prazo hábil para que os patronos dos acusados possam fornecer novos endereços, requerer substituições ou outras diligências pertinentes", diz um trecho da decisão.
A sessão, nos dias 5 e 6 de março, está prevista para iniciar às 9h.
Relembre o caso
O assassinato do advogado Rodrigo Marinho Crespo aconteceu à luz do dia, na mesma calçada da sede da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ) do Rio de Janeiro, no Centro, no dia 26 de fevereiro. O PM Leandro Machado da Silva, Cezar Daniel Mondego de Souza, ex-funcionário da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e Eduardo Sobreira de Morais, réus por envolvimento no crime, estão presos desde março.
Na ação, bandidos chegaram em carro branco. Vestindo uma touca ninja, um deles sai do veículo atirando. O advogado, de 42 anos, foi atingido por 12 disparos, dois quando estava de pé e outros dez após cair. Ele morreu no local.
Segundo o inquérito, Leandro Machado já tinha passagens por homicídio e por integrar uma milícia na Baixada Fluminense, e foi responsável pela execução, enquanto Eduardo monitorou a rotina da vítima. O mesmo serviço foi atribuído a Cezar. Os dois dirigiam carros iguais, um Gol Branco, que aparece nas imagens de câmeras de segurança.
Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) desde novembro de 2011, Rodrigo Crespo fazia parte da Comissão de Direito Processual Civil na entidade. Também era sócio fundador do Marinho & Lima Advogados, tinha experiência em Direito Civil Empresarial com ênfase em Contratos e Direito Processual Civil. Ele se formou em 2005 na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e tinha pós-graduação em Direito Civil Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Conforme consta no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), Rodrigo estava à frente das defesas de processos por posse, aquisição de bens materiais, indenização por bens materiais e confissão de dívidas. O advogado também atuou contra Glaidson Acácio dos Santos, o 'Faraó dos Bitcoins', em um processo que correu entre 2022 e 2023 na 3ª Vara Cível da Barra da Tijuca, Zona Oeste. O inquérito foi arquivado porque o homem que processou Glaidson deixou de se manifestar à Justiça após não conseguir a gratuidade no processo.
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