DPOC: doença pulmonar é uma das principais causas de morte no mundo
Frequentemente associada ao cigarro, a doença crônica não tem cura, mas pode ser controlada
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A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença crônica e progressiva. Está relacionada a múltiplas causas e requer tratamento contínuo. Por isso, para melhorar a qualidade de vida, o acompanhamento regular com médicos e outros profissionais é essencial.
Esse é o caso, por exemplo, do ator global Pedro Paulo Rangel, que interpretou o personagem Calixto na novela "O Cravo e a Rosa". Ele enfrentou um quadro de DPOC, foi internado para tratamento hospitalar no mês de novembro de 2022, e veio a óbito no mês seguinte. A Iniciativa Global para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (GOLD), em sua atualização de 2023, relatou que a doença é a terceira causa de morte no mundo. Em 2016, a DPOC foi a quarta principal causa de morte no Brasil e, em 2017, cerca de 40 mil brasileiros morreram em decorrência de complicações da doença.
A DPOC é caracterizada por uma obstrução da passagem do ar pelos pulmões provocada, geralmente, pela fumaça do cigarro ou outros compostos nocivos. Os principais sintomas são falta de ar ao fazer esforços – que pode afetar atividades simples do cotidiano, como trocar de roupas ou tomar banho –, pigarro e tosse crônica com secreção, que piora pela manhã. O início da doença é lento, mas pode evoluir rápido, levando à insuficiência respiratória e óbito. Além disso, a DPOC pode estar associada a outras comorbidades, que podem impactar no curso da doença, como as doenças cardiovasculares, osteoporose, ansiedade e depressão.
De acordo com o pneumologista e gerente médico da GSK, Franco Martins (CRM-SP 138476), há outros complicadores da doença. “O cigarro e todos os outros tipos de fumo ajudam a piorar a doença, mas não podemos deixar de citar também a poluição ambiental, a queima de biomassa com as queimadas da lavoura e o uso de lenha para cozinhar. Todos esses fatores interferem e agravam o quadro de DPOC do paciente”, explica. Para realizar o diagnóstico, os médicos se baseiam em alguns parâmetros, como o resultado do exame de espirometria (chamado também de exame de função pulmonar) e a avaliação do histórico do paciente. “Como os sintomas podem não indicar o tamanho do dano respiratório, é fundamental que seja realizado um exame chamado espirometria, que serve para avaliar a capacidade ventilatória pulmonar”, explica o médico.
Tratamento
Apesar de não ter cura, a DPOC pode ser controlada. Os tratamentos disponíveis, inclusive no Sistema Único de Saúde (SUS), atuam para retardar a progressão da doença, controlando os sintomas e reduzindo as complicações. “O manejo correto do tratamento é muito importante. Realizar a técnica inalatória adequada para cada dispositivo é fundamental para garantir um melhor aproveitamento da medicação. A fisioterapia e os exercícios físicos com orientação profissional também são aliados do paciente”, reforça o especialista. Um exemplo da eficácia do tratamento é a aposentada Sônia Aparecida Ribeiro, de 67 anos. Ela teve o diagnóstico de DPOC há nove anos. O primeiro sintoma foi a falta de ar. Depois de alguns exames, descobriu-se que ela tinha apenas 22% dos pulmões funcionando.
A paciente conta que o tratamento é difícil, mas com dedicação e apoio médico é possível ter uma melhora significativa da qualidade de vida. “O tratamento faz você querer lutar. Faço parte de um grupo de pacientes com DPOC e vamos para a praia todo ano, andamos de caiaque, fazemos exercícios, palestras, temos um coral”, conta a idosa, que participa das mais diversas atividades físicas do grupo. “A equipe médica trata a gente com tanto amor, que montou um pebolim humano para nós. A gente joga e eu sou goleira. Tenho medalhas e medalhas. O meu tratamento é muito acolhedor, então quero lutar”, finaliza.
No dia 21 de novembro de 2022, visando alertar a população fluminense sobre os riscos de complicações por DPOC, o Cristo Redentor foi iluminado com a cor laranja - símbolo da campanha de conscientização sobre a doença. A ação foi desenvolvida pela Associação de Pacientes Crônicos do Dia a Dia (CDD).
“A iluminação do Cristo Redentor é mais do que uma forma de alerta. É uma maneira de contribuir para a visibilidade dos pacientes que convivem com a DPOC e que buscam não só a evolução e melhora da qualidade do tratamento disponível para a condição, mas, consequentemente, a qualidade de vida para realizar atividades simples do dia a dia”, explicou, na ocasião, o superintendente da CDD, Gustavo San Martin.
Prevenção
O tabagismo é o principal fator de risco para a DPOC. Evitar o cigarro é importante para prevenir a DPOC e melhorar o prognóstico da doença. Além disso, a DPOC é uma doença subdiagnosticada, sendo fundamental o acompanhamento médico contínuo para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
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