Teatro Clara Nunes - JC Assessoria
Teatro Clara NunesJC Assessoria
Por BRUNNA CONDINI

Rio - Sete meses após o incêndio que desalojou duas peças - 'Corta!' e 'Supermoça' - o Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea, reabre hoje. Volta modernizado e com capacidade para receber cerca de 800 pessoas. Quase o dobro da capacidade anterior.

"Além do aumento da capacidade, o teatro ganha muitas novidades na área técnica. Entre elas um telão de 300 polegadas, seis camarins e nova estrutura de som. A modernização permite que o teatro receba grandes espetáculos", conta Hernani Campelo, administrador do local.

E o cortado 'Corta!', que estava em cartaz na ocasião do incêndio, é o espetáculo em cartaz na reabertura. Com direção de Marcio Azevedo, a atriz Dadá Coelho, divide o palco com ator e visagista Beto Carramanhos, em uma comédia ambientada em um salão de beleza.

"As lembranças que tenho do dia do incêndio são de terror. Fiquei sem chão. Nós estávamos muito felizes. Casa cheia de quinta a domingo", lamenta Dadá. "O fogo lambeu tudo. Mas o que importa é como você atravessa por ele. E todo desespero passou quando descobrimos que ninguém se feriu", completa.

Beto, que também é apresentador do quadro 'Tapa no Visual', no programa 'Mais Você' de Ana Maria Braga - e estava gravando no momento do incêndio - conta que não sobrou nada da antiga montagem. "Não tínhamos como continuar a peça porque tudo havia se destruído. O espetáculo foi interrompido exatamente na metade da temporada".

ALEGRIA COMO ANTÍDOTO

A tristeza ficou para trás. Os atores deram a volta por cima, e Dadá celebra o retorno da comédia em que vive uma típica suburbana fluminense, sempre em conflito com seu patrão. "A peça faz uma reflexão de como a gente trata as pessoas que nos viabilizam como a diarista, babás, etc. O cotidiano é muito corrosivo. Nós não podemos perder a ternura e o humor. E o amor", diz.

Beto faz um cabeleireiro e dono de salão da Zona Sul carioca que não conhece a dura realidade vivida por Celeste, personagem de Dadá. Detalhe curioso: em cena, eles cortam o cabelo de um espectador por espetáculo - as inscrições para a seleção rolam no Facebook. O ator mesmo faz todo o processo. E destaca uma das histórias engraçadas que vivenciou.

"Teve uma vez na peça em que cortei o cabelo de uma menina da plateia que era adolescente. Ela tinha o cabelo todo descolorido, mas com mechas coloridas. E ainda por cima, era metade com progressiva e metade natural. Quando eu molhei o cabelo, ele embolou todo! Foi um desespero", lembra. "A coxia nunca esteve tão cheia de gente apreensiva querendo ver como eu ia me virar. Nunca suei tanto na vida", recorda.

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