Treinamento sendo realizadoFoto: Jean Barreto/Seeduc-RJ
Treinamento de evacuação em casos de incêndio é realizado em colégio cívico-militar de Areal
Treinamentos acontecem mensalmente
Areal - A fim de prover mais segurança para alunos e servidores do Colégio Estadual Cabo PM Elisângela Bessa Cordeiro, em Areal, um plano de evacuação em caso de incêndio foi pensado para a unidade e os treinamentos acontecem mensalmente. O objetivo é fazer com que as pessoas deixem o prédio no menor tempo possível, evitando que haja vítimas. O colégio possui ensino integral, em parceria com a Polícia Militar do Rio de Janeiro e está entre as 16 unidades vocacionadas ao ensino cívico-militar da Secretaria de Estado de Educação.
O projeto de evacuação começou em 2021, após um treinamento com apoio da Defesa Civil da Região Serrana e de Areal. Os treinamentos sempre ocorrem de surpresa, justamente para dar o realismo que uma emergência impõe. Ao soar de seis toques longos do sino escolar todos os ocupantes do prédio deixaram o local imediatamente e seguiram para o ponto de encontro pré-determinado do lado de fora da unidade.
Em coluna única e apoiando a mão sobre os ombros da pessoa à sua frente, formando assim uma longa fila de um a um, os alunos e servidores se dirigiram rapidamente à saída. Dessa forma, mesmo com baixa visão do ambiente, a pessoa saberia que estaria seguindo o grupo para fora da unidade. Uma vez na área externa, uma contagem é iniciada a fim de que os responsáveis saibam se todos conseguiram deixar o prédio em segurança.
"O intuito é a preservação da vida. Queremos que eles compreendam a situação real de perigo e saibam como agir, tanto nessa situação, quanto no imediato pós-evacuação, por isso toda a escola participa, incluindo os servidores. São cerca de 370 pessoas que são pegas de surpresa com estouro controlado de bombas e do apagar das luzes", afirma o orientador militar da unidade, sargento PM Souza.
Para a aluna Roberta Kelly que ocupa o posto de tenente-coronel e xerife de turma, um de sinônimo para representante, a unidade cívico-militar surpreendeu suas expectativas.
"Quando vim pra cá eu não queria ficar, mas hoje em dia eu não quero ir pra nenhuma escola convencional. Pra mim só existe essa escola. Quanto ao treinamento, nossa ideia é não deixar ninguém pra trás e ajudar as pessoas a saírem em segurança. Fazemos a contagem final para saber se todos estão seguros ou se alguém ficou no prédio. Se faltar alguém é feita uma busca por eles. Hoje eu tenho muito mais responsabilidade do que tinha antes e agora penso no coletivo, em ajudar as pessoas", afirmou a jovem.
Os alunos também aprendem princípios básicos de prevenção e combate ao incêndio, uso correto de extintores e primeiros socorros, incluindo aulas práticas. Além da evacuação para este tipo de sinistro, os estudantes também possuem protocolos de emergência para um eventual ataque à unidade.
Outros diferenciais
A unidade ainda conta uma Brigada, onde alunos treinados para auxiliar em primeiros socorros e mal súbito estão prontos para socorrer colegas que possam precisar de cuidados. O colégio também conta com um cão da raça schnauzer gigante, chamado Krieg, que veio da Argentina e participa de atividades na escola.
Além de atuar na evacuação do prédio, nos tempos vagos ele é usado na cinoterapia, uma atividade que utiliza o cão como facilitador no processo terapêutico, a fim de auxiliar pessoas em casos de depressão ou coisas semelhantes.
Sem precisar de comando, ao notar que algo errado pode estar ocorrendo, ele se senta ao lado da pessoa, oferecendo afeto e sinalizando para os responsáveis que aquele aluno ou servidor precisa de atenção. O animal é totalmente dócil e não expressa qualquer reação bruta, mesmo quando submetido a apertões, puxões, ou outras atitudes que irritariam qualquer animal comum, sendo esse um ponto fundamental para interação dele com os estudantes.
Esses e outros pontos tornam a unidade uma referência no ensino na região, possuindo grande prestígio junto à comunidade local e excelentes resultados pedagógicos. Nesse sentido, a manutenção de unidades vocacionadas ao ensino cívico-militar é mantida nas 16 escolas do estado, a fim de oferecer aos interessados nesta modalidade de ensino uma oferta de qualidade do conteúdo regular, aliado à temática militar.
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