Minas Gerais - Uma ativista negra relatou, em seu perfil no Facebook, ter sofrido racismo durante uma festa de formatura, em Uberlândia, no último sábado. Dandara Tonantzin Castro, que trabalha no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), escreveu um texto onde descreve a ação de alguns rapazes que arrancaram o turbante que ela usava na festa, em que alguns amigos comemoravam o fim do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
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De acordo com a publicação, Dandara afirma ter notado "olhares incomodados" misturado a alguns elogios pela escolha do acessório. Entretanto, no fim da festa, o ato racista teria acontecido: "Já do lado de fora, um cara branco puxou meu turbante, forte. Disse para ele soltar e saí. Quando passei por ele novamente, sozinha, ele puxou pela segunda vez, fiquei tão brava que gritei para ele não tocar no meu turbante", conta a ativista.
Ainda no texto, a jovem diz que o agressor chamou outros rapazes para retirar o acessório. "Ele acenou para os amigos virem, quando juntaram em uma rodinha um deles puxou o turbante da minha cabeça e jogou no chão. Quando fui catar, incrédula do que estava acontecendo, jogaram cerveja em mim. Muita cerveja. Fiquei cega, sai desesperada para achar meus amigos. Sabia que se ficasse ali poderia até ter mais agressões físicas", afirma.
No texto, intitulado "A nossa presença incomoda", a ativista relata que chamou a segurança para que expulsassem os rapazes que a pertubavam. "Meus amigos imediatamente chamaram a segurança (todos negros) que logo entenderam que se tratava de racismo e logo foram tira-los da festa. Um deles teve a cara de pau de falar ao segurança que não meu agrediu "só tirei aquele turbante da cabeça dela", escreveu Dandara.
Ela finaliza o texto dizendo que "as lágrimas estão molhando muito a tela do celular, só de pensar que estes e tantos outros passaram impunes. Negros na formatura? Na limpeza, segurança ou servindo".