Brasília - A cerimônia que marcou um ano da posse definitiva de Michel Temer na presidência da República, nesta sexta-feira, contou com discursos curtos de alguns dos aliados do peemedebista e de ministros do primeiro escalão. O governo usou o lema "Um ano de coragem, trabalho e avanços" para comemorar a data.
O primeiro a discursar foi o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que fez um balanço do trabalho de sua pasta, onde afirmou ter analisado 16.458 atos. Padilha exalta que fez da Casa Civil um espaço de facilitação entre os ministérios, obedecendo orientação de Temer. "Estamos cuidando da concepção de suas políticas, remoção de entraves e toda a coordenação governamental. A principal competência da Casa Civil é a preparação e análise de atos administrativos", disse.
Entre os atos, Padilha ressaltou a PEC do Teto de Gastos, as reformas da Previdência e trabalhistas, as MPs de reforma do Ensino Médio e da reforma administrativa e também citou novos programas como o Cartão Reforma, o Criança Feliz, e o Novo Chico. Ele ressaltou ainda a retomada do Conselhão, o que, para ele, fortaleceu a democracia participativa.
'Definitivamente, esse não é um governo populista', diz Cunha Lima
O 1º vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) ressaltou em seu discurso que a administração Temer não é um governo populista e elogiou ainda o que chamou de "coragem" do governo em combater o "terrorismo" feito pela oposição no Congresso Nacional e nas ruas.
"É preciso pensar como qualificar esse período de um ano. Poderíamos usar vários adjetivos, menos um: populismo. Definitivamente, esse não é um governo populista. É um governo que tem, com muita ousadia, coragem e, sobretudo, responsabilidade e compromisso com o futuro do Brasil", discursou Cunha Lima, que representou o presidente do Senado Eunício Oliveira (PMDB-CE), que está no exterior fazendo exames médicos.
Maia diz 'acreditar com muita força' nas medidas
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse acreditar com muita força nas medidas que o governo federal vem propondo ao Congresso, reafirmando o seu compromisso com a agenda de reformas de Temer
Ele também agradeceu ao apoio do ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e do atual, Eunício Oliveira (PMDB-CE). "Sem a participação deles, não teríamos avançado tanto nas votações. E tenho certeza que vamos ter muitas vitórias fundamentais para o País", afirmou.
'Recessão é passado', diz Meirelles
Na cerimônia, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que "a recessão econômica é parte do passado", afirmando que o Brasil vive um governo de profunda transformação. "Encontramos um país que viveu a maior recessão da história. A recessão que encontramos foi maior que a depressão de 1930 e 1931”, disse. O ministro enfatizou que a recessão já passou e que o país mostra sinais de que voltou a crescer, citando dados do consumo, da produção de aço, e da safra de grãos.
Meirelles também lembrou, entretanto, que o desemprego leva mais tempo para reagir à retomada da economia. “O desemprego deve crescer ainda um pouco porque tem uma reação mais lenta", justificou.
Imagens da Era Lula e ministros de fora
A solenidade foi aberta com um vídeo com crítica à era Lula. As imagens exibidas mostraram a notória capa da revista britânica The Economist, de 2009, que marcou o governo do petistas no exterior, com uma montagem em que o Cristo Redentor decola como um foguete. No vídeo, o governo destaca que o "Brasil do futuro" tem de dar lugar ao "Brasil do Agora".
De última hora, Temer mudou o formato do evento e muitos ministros não tinham sido informados que não fariam mais discursos. O ministro das Cidades, Bruno Araújo, foi um dos que momentos antes estava treinando sua fala, mas acabou não discursando.
Com informações da Agência Estado e da Agência Brasil