Por rodrigo.sampaio

São Paulo - O prefeito da cidade de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), procurou ser cauteloso na manhã desta segunda-feira, ao falar com jornalistas sobre a reunião do diretório estadual de seu partido para definir a permanência ou o desembarque da base de apoio do governo do presidente Michel Temer (PMDB-SP).

"Vamos aguardar a decisão do TSE para dar um posicionamento do PSDB sobre o governo Temer", disse Doria ao chegar para evento do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), entidade que foi presidente até antes de se candidatar a prefeito, que trata na manhã desta segunda-feira, do tema Saúde.

Doria afirmou que tucanos irão esperar decisão do TSE para anunciar posição ao GovernoDivulgação

Neste domingo, ministros tucanos foram até ao Palácio do Jaburu, em Brasília, residência oficial do presidente Temer, para confirmar ao mandatário a permanência da sigla no governo. Os tucanos paulistas, no entanto, estão pressionando pelo rompimento com o governo federal, posição que não recebe o apoio do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, nem do prefeito.

Entendimento igual tem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, em artigo no jornal O Estado de S. Paulo, de domingo defendeu a serenidade no tocante a uma decisão do PSDB.

Na sexta-feira à noite, o presidente Michel Temer veio a São Paulo e se reuniu por cerca de uma hora e meia com Alckmin no Palácio dos Bandeirantes. A visita teve como objetivo pedir ao governador que convencesse os prefeitos paulistas tucanos a não romperem o apoio ao governo federal. Antes da reunião com Temer, Alckmin já havia se encontrado com um grupo de prefeitos para tratar do tema.

"Não é hora de precipitar decisões. No momento é preciso proteger a economia e estimular a aprovação das reformas no Congresso", disse Doria. Ele disse que a sua posição é a mesma do governador. "A nossa posição é a mesma do governador Geraldo Alckmin.

Rigorosamente a mesma. Não é hora de precipitar decisões. Nós temos amanhã o julgamento no TSE. Pode ser concluído amanhã ou nos próximos dias se houver vistas. Vamos aguardar essa decisão e aí sim dar um posicionamento do PSDB", reforçou o prefeito, afirmando que participará da reunião estadual de seu partido, prevista para hoje na Capital.

Recessão

O prefeito de São Paulo disse, ainda, que após três anos de recessão no País, a economia começa a mostrar seus "primeiros insumos de oxigênio" e que isso não pode ser contaminado por temas políticos. Ele fez a afirmação ao ser indagado sobre se o PSDB permanecerá ou não na base de apoio do governo Temer.

"Um País que tem 14 milhões de desempregados, mais sete milhões de subempregados e mais uma população com uma renda muito baixa precisa ter cuidado ao tratar desse assunto para não contaminar a economia com um tema da política", disse o prefeito.

"Depois de três anos de recessão estamos tendo os primeiros insumos de oxigênio na economia. Não se pode comprometer isso com decisões precipitadas", reiterou Doria, acrescentando que o momento exige que se cuide da economia. Perguntado sobre qual é seu entendimento de cuidado, o tucano disse: "Eu respeito a lei. Que as investigações prossigam. O que não pode é precipitar julgamentos e tomar decisões antes do que a própria lei (determinar)"

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