Oslo - Como parte de sua agenda oficial, Michel Temer se encontrou nesta sexta-feira com a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, em Oslo, capital do país. Apesar do clima amistoso, o presidente passou por uma saia justa após a premier criticar de forma dura os escândalos de corrupção no Brasil. “Estamos preocupados com a Lava Jato e é preciso fazer uma limpeza e encontrar uma solução”, afirmou Erna.
Segundo a agência Ansa, Temer se confundiu e cometeu gafes ao tomar a palavra. Em seu discurso, o presidente disse que visitaria o “Parlamento brasileiro”, ao invés do norueguês e, em seu maior erro, afirmou que se reuniria com o “rei da Suécia”.
Apesar da confusão e das críticas, Temer tentou convencer a premier de que o país não está passando por nenhuma crise: "As instituições funcionam com regularidade extraordinária e liberdade. A democracia é algo plantado formalmente pela Constituição e praticada na realidade”, afirmou.
Protestos marcam encontro
O encontro entre Michel Temer e Erna Solberg foi recebido sob protestos de ambientalistas. Um dia depois de o governo da Noruega anunciar que vai cortar o envio de dinheiro para o combate ao desmatamento no Brasil, grupos indígenas e organizações não governamentais (ONGs) europeias alertam que, diante do corte de recursos, a proteção ambiental e dos direitos indígenas deve sofrer.
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Cerca de 40 pessoas se posicionaram às portas da sede do governo, com cartazes e um coro de "Fora Temer". Ao sair do carro, o presidente chegou a olhar para o grupo e, rapidamente, entrou no edifício.
De acordo com os líderes ambientalistas, a administração de Temer tem dado apoio à banca ruralista no Congresso. "Vemos um constante e sistemático ataque ao meio ambiente nesse governo", disse Sonia Guajajara, que comanda a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. "O Brasil era um exemplo ao mundo e hoje é um problema."
A redução do dinheiro foi anunciada por Oslo nesta quinta-feira, depois que o governo informou ao Brasil de que a taxa de desmatamento tem aumentado. Pelo acordo de 2008, o dinheiro liberado de mais de US$ 1,1 bilhão é reduzido sempre que isso ocorrer. Em dois anos, o Brasil já terá perdido R$ 196 milhões.
Com informações da Agência Estado