Rio - O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) decidiu, por unanimidade, negar novo recurso do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) contra a divulgação do livro "Diário da Cadeia", do escritor paulistano Ricardo Lísias. O autor assina como pseudônimo o mesmo nome do ex-parlamentar, Eduardo Cunha.
O primeiro recurso já havia sido negado na 8ª Câmara Cível do Tribunal. Para o peemedebista, que está preso em Curitiba no âmbito da Lava Jato, a obra literária ofende a sua honra, o que o motivou a impetrar mandado de segurança para suspender.
Todos os desembargadores seguiram o voto do relator, Nagib Slaibi, que entendeu ser o livro de Lysias uma obra de ficção. “Na verdade, trata-se de uma obra literária de ficção, a qual tem como pano de fundo a realidade política brasileira. Em uma análise preliminar, conclui-se que não houve anonimato, vedado pela Constituição Federal, e sim a utilização de um pseudônimo em uma obra ficcional”, disse Slaibi.
Ficção e realidade
Não é a primeira vez que Lísias se envolve em confusão com a Justiça por causa de suas obras, chamadas de "auto-ficção". Em 2015, o escritor paulistano teve que depor em um inquérito na Polícia Federal. A corporação abriu investigação após a denúncia de que o quinto volume do livro "Delegado Tobias" continha uma decisão judicial falsificada que determinava o recolhimento do próprio livro. O "documento", na verdade, era parte da obra, totalmente fictício, e fazia parte da narrativa de Lísias, que não respondeu judicialmente pelo caso.
Com informações da Agência Brasil