Rio - A crise interna do PSDB, deflagrada com a última propaganda exibida em cadeia nacional de tevê pelo partido na quinta-feira, onde o “presidencialismo de cooptação” e a defesa do sistema parlamentarista foram exibidos, pode ter ido parar no Palácio do Jaburu. O que é negado pelo presidente Michel Temer no “estilo Trump”, ou seja, via Twitter.
Na sexta-feira, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi chamado à residência oficial já de noite. A justificativa, pelo Twitter, foi de que o senador mineiro foi tratar da situação da Cemig, que é “um assunto político, e o tema é discutido pelo governo, aliados e equipe econômica”, informou Temer. E rebateu as críticas ao encontro: “Senadores tratam dos assuntos de interesse de seu estado. Nada mais normal. Teorias da conspiração são assunto de quem não tem o que fazer”.
Oficialmente, a informação é de que o governo pretende realizar leilão de quatro usinas hidrelétricas da Cemig, que estão com concessões vencidas. Mas nos bastidores especula-se que preocupado com as críticas ao governo lideradas pelo senador Tasso Jereissati (CE), presidente interino do PSDB, Temer articula com Aécio Neves uma estratégia para esvaziar o grupo de Jereissati e retomar o comando do partido.
E as articulações não pararam por aí: no início da tarde Temer recebeu o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco para “tratar da agenda da semana”. Logo em seguida chegaram o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Para saber o que foi conversado, basta olhar o Twitter.