Por tabata.uchoa

São Paulo - Pesquisa Ipsos sobre a percepção dos brasileiros em relação a 27 figuras públicas mostrou que quatro dos principais caciques do PSDB — Aécio Neves (MG), José Serpa (SP), Fernando Henrique Cardoso (SP)  e Geraldo Alckmin (SP) — têm hoje a imagem mais desgastada que a do ex-presidente Lula (PT). 

Lula é visto de forma favorável por um terço dos entrevistadosFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O também tucano, e atual prefeito de São Paulo, João Dória, está em situação mais confortável: é o que aparece mais bem colocado entre os avaliados pela pesquisa. Ainda assim, sua taxa de desaprovação (53%) é bem maior que a de aprovação (19%).

Lula é desaprovado por dois terços (66,7%), enquanto um terço o vê de forma favorável. Já a desaprovação dos líderes tucanos varia entre 73% e 91%, segundo a agência Estadão Conteúdo. 

O maior desgaste é o de Aécio Neves, que teve 48,4% dos votos na eleição de 2014 e hoje vê desempenho desaprovado por nove em casa dez brasileiros - resultado que o coloca em situação de empate técnico com o presidente Temer (93%) e o deputado cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) (91%), preso desde outubro de 2016 e condenado na Operação Lava Jato a 15 anos por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Logo a seguir aparece o senador José Serra que é mal avaliado por 82%, de acordo com o Ipsos. FHC e Alckmin são desaprovados por 79% e 73%, respectivamente, na pesquisa, que não revela os motivos de rejeição. 

Mas a desaprovação a Aécio teve salto a partir de junho, quando foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de receber recursos ilícitos do grupo JBS. O tucano chegou a ser afastado do mandato de senador por decisão liminar do ministro Edson Fachin, do STF. 

Para cientistas políticos, a pesquisa mostra o quão imprevisível está o quadro político para as eleições de 2018. 

Manifestação pede renovação na política

O movimento Vem Pra Rua organizou protestos ontem em algumas cidades no país. No Rio, manifestantes discutiram com apoiadores da ex-presidente Dilma, em frente à casa da petista, em Copacabana. PMs fizeram cerco para separar os dois grupos e evitar confronto físico. Mesmo assim, houve muito bate-boca. Na maior parte do tempo, os manifestantes gritaram "Fora, Gilmar", em referência ao ministro do STF. 

Em Brasília, o ato foi em defesa da renovação política e se concentrou no gramado em frente ao Congresso. Já em São Paulo, a passeata seguiu pela Avenida Paulista, da frente do Masp até a Avenida Brigadeiro e durou apenas três horas. Em Belo Horizonte, de cima de um caminhão, representantes do movimento discursaram contra a classe política. 

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