Por karilayn.areias

Rio - Uma guerra interna de apadrinhados na Polícia Federal travou a nomeação do novo diretor geral da Polícia Federal, e Leandro Daiello fica no cargo por ora. O presidente Michel Temer nomearia Fernando Segóvia, mas houve alta rejeição de quadros importantes da corporação, por ser um apadrinhado de José Sarney e de parte do PMDB. Numa última tentativa, Segóvia conseguiu na sexta-feira o apoio velado da Federação dos Policiais Federais e da Fenadepol, que abrange parte dos delegados.

Porém a categoria mais forte, a Associação Nacional dos Delegados, o barrou. As classes que apoiam Segóvia agora querem apadrinhar o delegado Reinaldo César, ex-secretário de Segurança do Paraná.

Da cúpula

Segóvia ainda tem chances, mas menores; já o DG Daiello, que fica por tempo indeterminado, aponta internamente o delegado Luiz Pontel como seu favorito.

Subiu

O preferido dos militares do GSI do Palácio do Planalto é Rogério Galloro, o nº 2 da PF. Como Segóvia perdeu força, passou a ser o nome apoiado pelo ministro Torquato.

Da alta

Segóvia ainda tem outros padrinhos fortes, como o ministro Gilmar Mendes (STF e TSE), e Sandro Avellar, ex-secretário de Segurança do DF.

Movimentos

Dia 29 de agosto a Coluna soltou as indicações. Na sexta, a Abrapol, APCF, Fenadepol, Fenapef e Sinpec soltaram nota apoiando o trio – mas seu favorito é Segóvia.

Pressão

Em busca de votos para se livrar da segunda denúncia por obstrução de Justiça e organização criminosa, o presidente Michel Temer está disposto a ceder a uma das principais reivindicações do Centrão – grupo que soma mais de cem parlamentares na Câmara dos Deputados.

‘Homem’ de Cunha

Insatisfeitos com o ministro Antônio Imbassay (PSDB-BA), os deputados do Centrão querem emplacar o líder do Governo no Congresso, André Moura (PSC-SE), na Secretaria de Governo. Ele é o braço de Eduardo Cunha no Cognresso. Outra pastacomandada pelo PSDB (Cidades) também está no tabuleiro de negociação.

Dará de ombros

Itamaraty tem informação de que, para constranger Michel Temer, as comitivas de Equador, Bolívia e Venezuela vão se retirar do plenário da ONU durante seu discurso.

Casa nova

Afastada do PMDB, a senadora Kátia Abreu (TO), ex-DEM e ex-PSD, está prestes a assinar a ficha de filiação do Podemos.

Poder do Bigode

Raquel Dodge, que toma posse hoje como nova PGR, passou pelo crivo de José Sarney. O veterano ex-presidente nunca deixou de ‘mandar’ no Judiciário. Há décadas, seu voto velado é essencial para presidentes nomearem ministros do STF, STJ e chefes do MPF. Se ele rejeitar um nome, fica difícil para o postulante. Aliás, Sarney vai à posse.

What crisis?

O presidente Temer não fará menção à crise política em seu discurso na Assembleia Geral da ONU amanhã. Em texto esboçado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o peemedebista citará bons números da economia, como a inflação baixa.

Day after

Em 2016, em seu discurso na ONU, com um mês no cargo, Temer ressaltou que o impeachment de Dilma Rousseff ocorrera “dentro do mais absoluto respeito constitucional”. Hoje, ele está em situação muito pior que a da antecessora – e judicial.

Contagem

Um dos líderes da tropa de choque de Temer na Câmara, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) já prepara a planilha para contabilizar os votos favoráveis e contrários à segunda denúncia no plenário. Prevê 227 votos contra a abertura de investigação.

Bala na agulha

Já a oposição prevê um desfecho diferente para Temer no plenário. “O Governo não tem bala na agulha para segurar essa segunda denúncia”, afirma à Coluna o deputado Weliton Prado (PROS-MG).

MAS nas ruas

O Movimento Acorda Sociedade (MAS) reuniu-se no Conselho Federal da OAB com a presença de entidades da sociedade civil, dentre elas União das Polícias do Brasil, Conacate, CSPB, auditores fiscais, servidores do Judiciário. Foi pontapé para mobilizações contra a PEC da reforma da Previdência.

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