Presidente da Sebrae, Guilherme Afif afirma que o governo desrespeitou princípios legais e de previsibilidade da gestão com a MP que desvia 6% dos recursos destinados ao Sistema S - José Cruz / Agência Brasil
Presidente da Sebrae, Guilherme Afif afirma que o governo desrespeitou princípios legais e de previsibilidade da gestão com a MP que desvia 6% dos recursos destinados ao Sistema SJosé Cruz / Agência Brasil
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Brasília - O presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Guilherme Afif, afirmou, em nota, que vai entrar na Justiça contra a Medida Provisória (MP) que cria a Agência Brasileira de Museus (Abram). A MP remaneja 6% da quantia atualmente destinada aos integrantes do Sistema S (Sebrae, Sesi, Senai, Senac, Apex, ABDI) - cerca de R$ 200 milhões - para criação do novo órgão.

No texto, Afif afirma que o governo desrespeitou princípios legais e de previsibilidade da gestão, pois, segundo ele, "os recursos retirados da empresa tinham destinação definida". "O Sebrae não foi consultado, nem participou da elaboração da MP, até porque consideramos a medida ilegal", escreveu o presidente do Sebrae. Ele convocou coletiva de imprensa para esta terça-feira, às 9h30, para tratar do assunto.

O ministro do Planejamento, Esteves Colnago, defendeu o remanejamento de recursos e disse que o governo "optou por usar recurso público para que se faça reforma estrutural nos museus" e "optou por usar recursos de forma mais eficiente". "Avaliamos que o recurso que resta ao Sistema S é suficiente", disse, ao ser questionado se o Sebrae perderia com a medida.

Criação da Abram

O presidente Michel Temer e o ministro interino da Educação, Henrique Sartori, durante cerimônia de assinatura da MP que cria a Abram - Valter Campanato / Agência Brasil

Nesta segunda, o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, disse que o orçamento de R$ 200 milhões representa o dobro do que o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) - que será substituído pela Abram - recebeu em 2017 e também é o dobro do valor total que o Ibram receberá este ano. "Essa medida (que cria a Abram), além de dar muito mais agilidade e ter modelo de sustentabilidade mais evoluído, também amplia recursos", comemorou o ministro.

A Abram foi criada com o objetivo principal de coordenar a reconstrução do Museu Nacional, destruído em um incêndio no Rio de Janeiro há oito dias. A Agência abarcará o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), que gerencia 27 museus em todo o país.

A nova agência também poderá ter recursos extras, pois constituirá o fundo patrimonial para doações e contribuições da iniciativa privada e também poderá receber recursos através da Lei Rouanet. "Não teremos com esse desenho aumento de despesa para o poder público. Ao contrário, teremos redução no médio e longo prazo ao mesmo tempo que teremos aumento nos recursos. É um ganha-ganha", declarou Sá Leitão.

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