Bolsonaro e Maria do Rosário se enfrentam na Justiça em processo de injúria e apologia ao crime de estupro - Marcelo Camargo / Agência Brasil
Bolsonaro e Maria do Rosário se enfrentam na Justiça em processo de injúria e apologia ao crime de estuproMarcelo Camargo / Agência Brasil
Por O Dia

Brasília - O presidente da República, Jair Bolsonaro, usou sua conta no Twitter para expressar solidariedade ao humorista Danilo Gentili. O presidente disse que o humorista exercia seu direito de livre expressão e profissão.

Gentilli foi condenado a seis meses e 28 dias de detenção, em regime inicial semiaberto, por ter praticado crime de injúria contra a deputada federal Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul. Ele poderá recorrer da sentença em liberdade. 

"Me solidarizo com o apresentador e comediante @DaniloGentili ao exercer seu direito de livre expressão e sua profissão, da qual, por vezes, eu mesmo sou alvo, mas compreendo que são piadas e faz parte do jogo, algo que infelizmente vale para uns e não para outros", escreveu o presidente no Twitter.

Em resposta ao tuíte do presidente, usuários protestaram contra o silêncio na rede e solidariedade à viúva do músico Evaldo Rosa, morto após ter tido o carro fuzilado por oitenta tiros por militares do Exército em Guadalupe, Zona Norte do Rio. "O senhor tem coragem de se solidarizar com agressor de mulheres, mas não se solidariza com família de trabalhador negro assassinado pelas Forças Armadas com 80 tiros. Já imaginou a dor dessa esposa e desse filho? 80, Sr. Presidente. Lamentável. O senhor envergonha o Brasil", escreveu a deputada federal de oposição Talíria Petrone (PSOL-RJ).

"Com a família que o exército deu 80 tiros, o sr se solidariza?", perguntou a nadadora Joana Maranhão.

Em 2016, o apresentador Danilo Gentili publicou mensagens chamando a deputada de "cínica, falsa e nojenta", entre outras ofensas. Gentili foi processado pela parlamentar. Ele também ironizou a deputada ao rasgar um documento enviado por ela e colocá-lo dentro das calças.

Bolsonaro também é réu por injúria contra Maria do Rosário

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu em fevereiro duas ações penais em que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) é réu. Ele é acusado de injúria pela parlamentar e por incitação ao crime de estupro pela Procuradoria-Geral da República. Os processos foram suspensos até o fim do mandato porque a Constituição Federal proíbe que o presidente seja responsabilizado por atos anteriores ao mandato.

Bolsonaro se tornou réu no STF em 2016 por uma denúncia envolvendo o episódio com a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), sobre quem o então parlamentar declarou, em 2014, que "não estupraria a deputada porque ela não merecia".

Uma das últimas movimentações no processo ocorreu em agosto do ano passado, quando o deputado federal e agora ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, prestou depoimento no STF como testemunha de defesa do agora presidente. Na ocasião, Lorenzoni defendeu que a questão entre Bolsonaro e a deputada fosse resolvida dentro do Congresso, em função da imunidade parlamentar. Também em agosto, a defesa de Bolsonaro pediu o arquivamento da ação.

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