Presidente comentou declaração dada no sábado - Antonio Cruz / Agência Brasil
Presidente comentou declaração dada no sábadoAntonio Cruz / Agência Brasil
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse, na noite deste domingo, que "não quer adulterar nada" do que foi registrado na portaria do condomínio Vivendas da Barra, no Rio, onde possui uma casa. O presidente também afirmou que é "má-fé ou falta de caráter" acusá-lo de manipular as investigações sobre o caso da morte da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes.

Bolsonaro deu uma rápida entrevista na saída de uma partida entre Itália e Paraguai pela Copa do Mundo Sub-17 no Estádio Bezerrão, no Gama, região administrativa do Distrito Federal, a 39 km do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente.

No sábado, Bolsonaro disse ter obtido os áudios de ligações feitas entre a portaria e as casas do condomínio antes que elas tivessem sido "adulteradas". "Nós pegamos antes que fosse adulterado, pegamos lá toda a memória da secretária eletrônica, que é guardada há mais de ano. A voz não é minha", afirmou, na ocasião.

A declaração provocou reação da oposição, que informou que iria acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente, sob a alegação de que ele cometeu "obstrução de Justiça" ao "ter se apropriado de provas relacionadas às investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes".
Associações de delegados repudiam declarações de Bolsonaro sobre caso Marielle

Questionado ontem se havia sido mal interpretado, Bolsonaro afirmou que as acusações são de "quem não tem o que fazer".

"O que eu fiz foi filmar a secretária eletrônica com a respectiva voz de quem atendeu o telefone. Só isso, mais nada. Não peguei, não fiz backup, não fiz nada. E a memória da secretária eletrônica está com a Polícia Civil há muito tempo. Ninguém quer adulterar nada, não. O caso Marielle, eu quero resolver também. Mas querer botar no meu colo é, no mínimo, má-fé e falta de caráter", disse o presidente.

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Bolsonaro falou a jornalistas após descer da tribuna de honra do estádio para a arquibancada. Ele decidiu cumprimentar um grupo de torcedores paraguaios que no intervalo haviam entoado o nome do presidente. Cercado de seguranças, ele partiu para o meio da torcida e posou para fotos. A partida contou com um público de 824 pessoas.

O presidente saiu do Palácio da Alvorada pouco antes das 19h para o estádio. A partida começou às 20h. Bolsonaro foi ao estádio acompanhado pelos ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e pelo secretário nacional de Esportes, Décio Brasil.