Jair Bolsonaro - Reprodução/Facebook
Jair BolsonaroReprodução/Facebook
Por O Dia
Rio - A polêmica sobre as declarações do presidente Jair Bolsonaro contra o governador Wilson Witzel e a Polícia Civil, insinuando possível adulteração de provas e coação de testemunhas nas investigações do caso da morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes está longe de fim. Neste domingo, a Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol) e órgãos representantes da categoria divulgaram nota de repúdio contra Bolsonaro.
Segundo a nota publicada pela Adepol Brasil, Bolsonaro está beneficiando-se do cargo ocupado para atacar e tentar intimidar o delegado responsável pelas investigações do caso. À imprensa, em Brasília, o presidente disse neste sábado que conseguiu ter acesso aos áudios do condomínio Vivendas da Barra antes que, segundo ele, fossem adulterados.
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A polêmica começou após o suposto vazamento do depoimento de um porteiro que trabalha no condomínio onde Bolsonaro mora, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Na declaração, o porteiro teria dito que a entrada de Élcio de Queiroz, envolvido na morte da vereadora, no condomínio foi autorizada por ele.

Com o suposto vazamento, Bolsonaro atacou a Polícia Civil e o governador Witzel. Na sexta-feira, promotores do Ministério Público do Rio (MPRJ) disseram que os áudios contradizem o relato do porteiro.
Confira a nota na integra
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"A Associação do Delegados de Polícia do Brasil - ADEPOL DO BRASIL, a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Civil do Polícia Civil - FENDEPOL, o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro - SINDELPOL-RJ, o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Amazonas - SINDEPOL-AM e a Associação dos Delegados de Polícia do Pará - ADEPOL-PA - REPUDIAM as declarações do Presidente Jair Bolsonaro em relação à investigação do caso “Marielle e Anderson”.
Nos vídeos de suas redes sociais e em matéria publicada pelo Jornal O Globo, neste sábado, o Presidente insinua direcionamento das investigações, inclusive com adulteração de provas e coação de testemunha, e refere-se ao Delegado presidente do inquérito como amiguinho (sic) do Governador.
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Valendo-se do cargo de Presidente da República e de instituições da União, claramente ataca e tenta intimidar o Delegado de Polícia do Rio de Janeiro, com intuito de inibir a imparcial apuração da verdade.
O cargo de Chefe do Poder Executivo Federal não lhe permite cometer atentados à honra de pessoas, muito menos daquelas que, no exercício de seu múnus público, desempenham suas funções no interesse da sociedade e, não, de qualquer governo.
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Dessa forma, a ADEPOL DO BRASIL, a FENDEPOL, o SINDELPOL-RJ, o SINDEPOL-AM e a ADEPOL-PA reafirmam o apoio irrestrito ao Delegado responsável pela investigação e REPUDIAM qualquer intimidação a ele e ao trabalho da Polícia Judiciária."