Presidente da República Jair Bolsonaro, ao do seu intérprete de libras, Fabiano Guimarães da Rocha e do ministro Wagner Rosário, da Controladoria Geral da União - Reprodução
Presidente da República Jair Bolsonaro, ao do seu intérprete de libras, Fabiano Guimarães da Rocha e do ministro Wagner Rosário, da Controladoria Geral da UniãoReprodução
Por O Dia
A tradicional live que o presidente da República, Jair Bolsonaro, faz às quintas-feiras para apoiadores em suas redes sociais teve um elemento especial nesta última quinta (28): uma lata de leite condensado em cima da mesa. Em meio à repercussão dos gastos do Executivo federal, que chegaram a R$ 1,8 bilhão em alimentos - aumento de 20% em relação a 2019 - Bolsonaro se mostrou incomodado com críticas da imprensa e disse que, às vezes, acaba “explodindo”.
A decisão de fazer a transmissão com a lata em cima da mesa veio depois de reportagem do portal Metrópoles, que indicava, segundo o Portal da Transparência, que todos os órgãos do Executivo federal gastaram mais de R$ 15 milhões só com leite condensado, além de outros gastos com alimentos.
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Mais cedo, em um encontro com autoridades, o presidente da República já havia atacado a imprensa em resposta às críticas sobre os gastos com alimentos: “Leite condensado? Vai para a PQP. É para enfiar no rabo de vocês da imprensa”, afirmou, ouvindo aplausos dos que estavam presentes na reunião, como o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Já à noite, durante a live semanal realizada, Bolsonaro voltou a ironizar os gastos divulgados: “Eu não posso ficar preso aqui na Alvorada, com um milhão de latas de leite condensado aqui embaixo, como parte da mídia diz, e deixando o povo que se vire lá fora”, disse, ao comentar suas aparições em aglomerações com apoiadores, em meio à pandemia da covid-19.
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Ao falar sobre as críticas recebidas, ele se mostrou chateado e tentou justificar seu comportamento ao xingar a imprensa: “A gente fica chateado, acaba de vez em quando explodindo, saindo do comportamento, não adianta falar que a gente vai mudar, porque não vou. Mas tudo bem”, afirmou.
“Somos receptivos a críticas, mas é impressionante como, com qualquer notícia em um site qualquer que vai para imprensa, a forma como o governo é desgastado. A gente fica chateado, porque a gente está fazendo a coisa certa, não é fácil fazer a coisa certa”, declarou o presidente.
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Ainda no início da transmissão, o presidente também afirmou que a volta do auxílio emergencial iria “quebrar o Brasil” e voltou a criticar as medidas de isolamento social, em meio a um novo crescimento no número de casos e mortes por Covid-19.