O próprio Ministério da Economia admitiu, em resposta ao Estadão/Broadcast, que as áreas não foram consultadas. Apesar da Receita Federal não querer se manifestar, documento obtido pela reportagem mostra que a área técnica do órgão apontou risco de renúncia de receitas.
O PL, fortemente apoiado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro , pode dar aos monoculares a possibilidade de receber o Benefício de Prestação Continuada ( BPC ), pago a pessoas com deficiência de baixa renda. Cálculos do próprio governo estimam que, com a aprovação da lei, há risco de aumento de R$ 5 bilhões na despesa com o BPC.
Um parecer da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), porém, afirmou que os benefícios não são concedidos automaticamente, já que os pedidos passam por avaliação. Com base nisso, os ministérios da Economia e da Cidadania liberaram a aprovação da lei, mesmo sem a análise das alas técnicas responsáveis. Quando Bolsonaro sancionou a lei, ambos os ministérios disseram "nada a se opor" a ela.
Apesar da Receita Federal não se manifestar, o Estadão/Broadcast teve acesso a um documento escrito pela Coordenação-Geral de Tributação (Cosit) do órgão, de 28 de janeiro, se manifestando contra o projeto. Em 18 de fevreiro, a nota foi encaminhada pelo secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, à Assessoria Especial de Assuntos Parlamentares do Ministério da Economia.
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