O instituto Igarapé afirmou em nota que é inaceitável o Estado continuar apostando na letalidade como principal estratégia de segurança, sobretudo em lugares mais pobres.
O instituto Igarapé afirmou em nota que é inaceitável o Estado continuar apostando na letalidade como principal estratégia de segurança, sobretudo em lugares mais pobres.Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Por IG - Último Segundo
Nesta quarta-feira (05), Hamilton Mourão (PRTB), vice-presidente do Brasil, se manifestou sobre o depoimento dado pelo ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na CPI da Covid, que apura a conduta do governo federal durante a pandemia do novo coronavírus. As informações foram apuradas pelo Metrópoles
“Mandetta fez um depoimento longo, 7 horas. Nem interrogatório de bandido leva 7 horas, um troço muito longo, não sei como ele aguentou”, disse o general ao chegar no Palácio do Planalto. 
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“Única coisa que eu acho é que ele não precisava ter atacado o ministro Paulo Guedes, que aquilo foi uma questão pessoal entre os dois, que ele levou lá para dentro”, declarou Mourão.
Durante seu testemunho na comissão, Mandetta falou sobre Paulo Guedes: “Esse ministro Guedes, da Economia, é desonesto intelectualmente. Uma coisa pequena. Homem pequeno para estar onde está. Esse ministro não soube nem olhar no calendário para dizer: ‘poxa, quando ele [Mandetta] estava aqui nem vacina sendo comercializada no mundo havia’. Só posso lamentar”, disse Mandetta.
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O ex-ministro ainda ressaltou que, durante seu tempo no comando da pasta, esteve presente em reuniões com ministros que também contava com a presença de Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que fazia anotações sobre os encontros. “Eles tinham constantemente reuniões com grupos dentro da Presidência. Tinham um assessoramento paralelo”, ressaltou.
De acordo com as falas de Mandetta, Bolsonaro estava ciente que o Brasil se aproximava dos 180 mil mortos pelo novo coronavírus no fim do ano. “Alertei sistematicamente, mostrei as projeções”, compartilhou. 
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“Me lembro do presidente falar que adotaria o chamado confinamento vertical, que era algo que a gente não recomendava. Tinha uma outra fonte, que dava a ele o porquê. Nunca houve a recomendação nossa que não fosse da cartilha da OMS [Organização Mundial de Saúde]”, declarou.
O vice-presidente também se manifestou sobre a Reforma Tributária. “É uma questão de refazer a comissão e prosseguir nos trabalhos. Quem perde é o Brasil, não o governo. Governo é uma questão transitória, quem perde é o país, porque se nós não fizermos a reforma tributária vai continuar com a produtividade baixa, sem gerar emprego e renda”, afirmou.