Pazuello deveria ter comparecido para depor na CPI na primeira semana de trabalho, no dia 5 de maio, mas sua convocação foi adiada para 19 de maio
Pazuello deveria ter comparecido para depor na CPI na primeira semana de trabalho, no dia 5 de maio, mas sua convocação foi adiada para 19 de maioValter Campanato/Agência Brasil
Por iG
A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (13) para que o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, possa ficar em silêncio quando julgar que não precisa responder a perguntas feitas por senadores durante seu depoimento à CPI da Covid. A AGU quer também garantir que ele fique imune a ameaças como prisão, como ocorreu com o ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten.

Pazuello deveria ter comparecido para depor na CPI na primeira semana de trabalho, no dia 5 de maio, mas sua convocação foi adiada para 19 de maio depois que ele disse que teve contato com um ex-assessor contaminado com o novo coronavírus (Sars-CoV-2). O general pedia que ele pudesse fazer um depoimento virtual, o que foi descartado.
Nesse período, em período que deveria estar em quarentena, porém, Pazuello recebeu o ministro Onyx Lorenzoni (secretaria-geral da Presidência).

Mais longevo ministro da Saúde durante a pandemia, Pazuello participou das negociações de vacinas, inclusive das rejeições de ofertas de laboratórios. Ele presenciou as negativas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação à compra da Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan , que é ligado ao governador João Doria (PSDB).
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O ex-ministro é investigado por suposta omissão no enfrentamento da pandemia no Amazonas. A apuração tem como foco o colapso da saúde em Manaus, no início deste ano.
O Ministério Público Federal (MPF) aponta que Pazuello, então no comando do Ministério da Saúde, sabia do iminente colapso no abastecimento de oxigênio medicinal desde dezembro, mas só enviou representantes ao Amazonas em janeiro.

O ministério também teria atrasado o envio de oxigênio ao estado e, mesmo sabendo do déficit nos estoques, teria optado pelo envio de cloroquina – medicamento sem comprovação científica para tratar a Covid-19.