Diretor-presidente do Butantan, Dimas Covas
Diretor-presidente do Butantan, Dimas Covas Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Por O Dia
O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, desmentiu a afirmação do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de que não houve intervenção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na compra da vacina CoronaVac, produzida pelo instituto em parceria com a chinesa Sinovac. De acordo com Covas, o contrato para compra do imunizante levou mais de seis meses para ser assinado. 
"Com a declaração do Pazuello, ele que tem que responder. Nós tivemos dificuldade na assinatura do contrato. Esse contrato foi assinado no dia 7 de janeiro deste ano, sendo que a primeira proposta foi em julho do ano passado. Então, é só fazer as contas e nós temos aí um pouco mais de seis meses, um contrato que não foi assinado, embora tenha sido proposto no meio do ano passado", afirmou ele. 
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Em seguida, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ressaltou, em tom de ironia, a recomendação de um medicamento para a memória. "Vou indicar ao ex-ministro que tome fosfozol, para melhorar um pouquinho a sua memória. Aparentemente ele está com deficiência de memória", afirmou ele.
A fala de Pazuello foi dada durante seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid para os senadores. "Nunca o presidente da República me mandou desfazer qualquer contrato, qualquer acordo com o Butantan, em nenhuma vez. Gostaria de colocar aqui uma coisa aqui diretamente, ou por documento ou por qualquer um", disse ele.
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Entretanto, no dia 21 outubro do ano passado, Bolsonaro afirmou que mandou cancelar o documento de intenções de compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, que foi divulgado no dia anterior por Pazuello em uma reunião com governadores.
No dia seguinte, o ex-ministro apareceu ao lado do presidente em um vídeo, divulgado nas redes sociais, dizendo que era "simples assim, um manda e o outro obedece".