Líderes mundiais fecharam um acordo de distribuição de 870 milhões de vacinas contra a covid-19 até o final de 2022Foto: Rômullo Espíndola

Por iG Último Segundo
Rio - Em reunião do G7, que ocorreu no último fim de semana, líderes mundiais fecharam um acordo de distribuição de 870 milhões de vacinas contra a covid-19 até o final de 2022. Após o encontro, o consórcio Covax emitiu uma nota com a lista prioritária de recebimento destas doses e o Brasil não fará parte do grupo beneficiado. As informações são do jornalista Jamil Chade.
O entendimento da Organização das Nações Unidas (ONU), bem como de Washington e do G7, é de que o Brasil possui condições para negociar, comprar e pagar pelos imunizantes. Ou seja, uma doação, neste momento, significaria abrir mão de entregar as doses a países menos favorecidos.
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Outro ponto que joga contra o recebimento destas doses é o fato do Brasil ter optado por imunizar apenas 10% da sua população com as vacinas doadas pelo consórcio, ou seja, 43 milhões de doses. Dessa maneira, mesmo que o Covax receba uma enorme quantidade de imunizantes doados por outros países, a prioridade seria a entrega aos países africanos ou asiáticos que solicitaram a imunização de 20%, 30% ou 40% das suas populações.

A OMS ressaltou que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, entrou em contato com o consórcio para que o Brasil aumente a sua parcela de recebimento. Porém, a escassez de vacinas e a alta prioridade aos países que já firmaram acordo com o Covax 'travaram' as negociações. 
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Com a atitude, o Brasil pode ser beneficiado de maneira indireta. Após a entrega das vacinas aos países mais pobres, a expectativa é de que a disponibilidade dos imunizantes aumente entre as farmacêuticas. Isso não quer dizer que o Brasil não possa receber uma parte dessa doação, mas não há compromisso para que isso ocorra e, caso aconteça, será de maneira pontual.
No total, serão 92 países que integrarão a lista de prioridades e, nas Américas, destacam-se: Bolívia, El Salvador, Haiti, Honduras e Nicarágua.