Os integrantes da CPI responsabilizam o chefe do Planalto pelo descontrole da pandemia do novo coronavírus no Brasil.Reprodução

Por O Dia
Os membros da CPI da Covid se manifestaram e divulgaram uma nota em conjunto sobre os 500 mil mortos por covid-19 atingidos neste sábado, 19. O documento foi assinado por dez senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito, entre titulares e suplentes.
"Nessa data dolorosamente trágica, quando o Brasil contabiliza 500 mil mortes por covid-19, desejamos transmitir nossos mais profundos sentimentos ao país. Temos consciência que nenhuma palavra é suficiente para consolar e superar a dor das perdas de nossas famílias. São 500 mil sonhos interrompidos, 500 mil vidas ceifadas precocemente, 500 mil planos, desejos e projetos", diz um trecho da nota. 
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Na nota, os senadores afirmam sobre o descaso com quem foi tratada a pandemia no país e sobre os responsáveis serem punidos através das investigações na CPI. 
"Meio milhão de vidas que poderiam ter sido poupadas com bom senso, escolhas acertadas e respeito à ciência. Asseguramos que os responsáveis pagarão pelos seus erros, omissões, desprezos e deboches. Não chegamos a esse quadro devastador, desumano, por acaso. Há culpados e eles, no que depender da CPI, serão punidos exemplarmente. Os crimes contra a humanidade, os morticínios, genocídios, não se apagam e nem prescrevem. Eles se eternizam, e antes da justiça divina, eles se encontrarão com a justiça dos homens", diz outro trecho da nota.
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A nota foi assinada pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AM), relator Renan Calheiros (MDB-AL), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA), Eduardo Braga (MDB-AM), Humberto Costa (PT-PE), Rogério Carvalho (PT-SE), Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Eliziane Gama (Cidadania-MA). Nenhum governista assinou o documento.

Na sexta-feira, após dois meses de funcionamento, a CPI avançou para uma nova etapa ao transformar 14 testemunhas em investigados, sendo a maioria dos nomes ligada ao presidente Jair Bolsonaro. A lista de 14 pessoas foi anunciada pelo relator da CPI, e inclui o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga; o general Eduardo Pazuello, ex-titular da pasta; e o ex-chanceler Ernesto Araújo, além de integrantes do chamado "gabinete paralelo", núcleo de assessoramento do presidente na condução da pandemia. Renan também afirmou que avalia incluir o próprio presidente na relação, mas que a competência de a CPI para investigar o presidente diretamente ainda é analisada.
No Twitter, Randolfe também se manifestou e falou sobre o luto com tantas vidas perdidas. "Alcançamos hoje a trágica marca de 500 mil perdas para a Covid-19, entre esses, milhares de amapaenses. São nomes, rostos, olhares, sorrisos que deixaram saudades e vazios imensos. Se hoje lutamos por vacina na CPI, é para que nosso povo não chore mais mortes. O luto não tem fim!", escreveu ele.
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Calheiros também utilizou a plataforma para se manifestar. "O presidente idealizou a sua mais ousada e infame rachadinha: dividir o país entre cloroquina e vacina. A rachadinha do negacionismo é aposta que gerou resultado: meio milhão de mortos. Até agora", disse o relator da CPI da Covid.