Carlos Wizard fica em silêncio na CPI da Covid nesta quarta-feira, dia 30Edilson Rodrigues/Agência Senado

Por O Dia
Em sua fala inicial na CPI da Covid, o empresário Carlos Wizard afirmou que defendia o tratamento precoce enquanto a ciência não tinha comprovado a ineficácia, mas que sempre foi a favor da vacinação. Além disso, o empresário negou a existência de gabinete paralelo. 
O empresário afirmou que, inicialmente, sem a comprovação de estudos defendia o uso de medicamentos. Entretanto, ao longo da comissão, senadores foram divulgando vídeos de falas de Wizard a favor do tratamento precoce.
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"Eu não sou médico. No início da pandemia, havia uma compreensão sobre o uso de alguns medicamentos para o combate da doença. Com a evolução e o passar do tempo e o aprofundamento dos estudos, novos entendimentos se estabeleceram. Atualmente, há posições contrárias ao tratamento preconizado no passado", afirmou o empresário.
Ele afirmou também que nunca fez "qualquer movimento" para a compra de medicamentos para enfrentamento à covid-19 ou financiamento de comunicação sobre o tema.
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Em seguida, o empresário falou sobre a importância da vacinação e que, desde o início, defendia a imunuzação e chegou a afirmar que gostaria de comprar para os brasileiros. "A despeito da conduta médica adotada a ciência comprova que a vacinação é o elemento essencial para o controle dessa pandemia. Por isso, eu sempre apoiei a imunização da população em geral. A ponto de que querer doar vacinas ao povo brasileiro", afirmou Wizard.
Ele negou também que tenha participado de tratativas de aquisição da vacina Convidecia, do Laboratório CanSino. "A imunização de rebanho é outro tema que escapa aos domínios do meu conhecimento. Esclareço por fim que não fiz qualquer movimento para compra de medicamentos para combate da covid-19 e nem tampouco financiei qualquer espécie de comunicação nesse sentido, inclusive a empresa Belcher em nota pública declara expressamente não ter qualquer vínculo de minha parte na tratativa da aquisição das vacinas Convidecia", afirmou o empresário.
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Gabinete paralelo
Sobre o gabinete paralelo, o empresário negou que tenha participado ou tenha conhecimento do grupo de assessoramento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em assuntos da pandemia. 
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"A minha disposição de servir o país, combater a pandemia e salvar vidas faz com que seja acusado de pertencer a um suposto gabinete paralelo, afirmo que jamais tomei conhecimento de qualquer governo paralelo. Se porventura esse gabinete paralelo existiu, eu mais tomei conhecimento ou tenho informação a respeito. Jamais foi convocado, abordado, para participar de qualquer gabinete paralelo, é mais a pura expressão da verdade", afirmou Wizard, que alegou ainda não ter tido qualquer encontro particular com Bolsonaro.
Logo após as afirmações, Wizard comunicou aos senadores que, com amparo na decisão do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), ficaria em silêncio durante o resto da oitiva. "Por fim, feitos esclarecimentos, por orientação dos meus advogados e em conformidade doravante vou permanecer em silêncio", disse.
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'Quem não deve, não teme'

A líder da bancada do PSOL na Câmara, a deputada Talíria Petrone (RJ), criticou, no Twitter, a postura de Carlos Wizard em depoimento à CPI da Covid. O empresário utiliza do direito a silêncio e nega responder as perguntas feitas. "Quem não deve, não teme", avaliou Talíria.

Wizard chegou ao Senado carregando um cartaz com um versículo do Velho Testamento, Isaías 41:10. O versículo diz: "Não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa". Em fala inicial à comissão, o empresário negou a existência do "gabinete paralelo" e financiamento a remédios.

"Carlos Wizard, o bilionário fundamentalista religioso, mente na #CPIdaCovid e usa de uma suposta fé para se blindar", repudiou a deputada no Twitter.
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*Com informações do Estadão Conteúdo