"Não há espaço para prosperar um pedido de impeachment. Estamos a um ano e pouco das eleições", disse Mourão. Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Por iG
O vice-presidente Hamilton Mourão minimizou, na manhã desta quarta-feira, 30, a gravidade da denúncia de uma vendedora de vacinas que afirma ter recebido pedido de propina do Ministério da Saúde, de US$ 1 a dose, para fechar venda de imunizantes à pasta. O general reforçou o discurso anticorrupção e disse que não há "espaço" para um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"Não acho isso [que o discurso contra corrupção esteja abalado]. O que acontece? O presidente falou ontem uma coisa que é certa, ele não tem condições de controlar tudo que está acontecendo dentro do governo. Isso é uma realidade. Então, compete a cada ministro controlar o seu feudo. E, se for detectada alguma coisa que está irregular, você toma as providências de acordo com a lei", afirmou ao chegar ao Planalto.
"Acho que não há espaço para prosperar um pedido de impeachment. Estamos a um ano e pouco das eleições. Vamos deixar o processo prosseguir e chegar a outubro do ano que vem para ver o que acontece".

Mourão também concordou com declaração feita ontem pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes de que é preciso "zelar para que o remédio não mate o doente" para descartar a medida para afastar Bolsonaro.
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Mourão defendeu a punição dos responsáveis, caso haja comprovação dos ilícitos em denúncias de superfaturamento e pagamento de propina para a compra de vacinas contra covid-19. "Se for constatada alguma irregularidade, que se tome providências de acordo com a lei". O vice afirmou que recebe relatos de irregularidades corriqueiramente e que a medida adequada diante de tal situação é encaminhar as denúncias ao ministério responsável.

Ele também se opôs ao afastamento de Ricardo Barros (PP-PR) da liderança do governo na Câmara devido às acusações do deputado federal Luis Miranda de superfaturamento nas compras da Covaxin. Miranda alega ter ouvido de Bolsonaro que Barros era o responsável pelas tratativas junto à empresa fornecedora. "Tem que ver se realmente ocorreu o que foi dito pelo denunciante (Luis Miranda) na CPI", disse.
Além da denúncia de pedido de propina de um representante da empresa Davati medical Supply, o governo federal sofre o desgaste pelo contrato firmado pela compra do imunizante Covaxin — encerrado nesta terça-feira, 29, pelo Ministério da Saúde após pressão de investigações do Ministério Público Federal (MPF) e da CPI da Covid.
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*Com informações do Estadão Conteúdo