Renan Calheiros critica Pacheco por tentar paralisar trabalhos da CPI da Covid
Segundo o relator da comissão, existe 'um esforço muito grande' para paralisar os trabalhos da CPI
Relator Renan Calheiros na CPI da Covid - Jefferson Rudy/Agência Senado
Relator Renan Calheiros na CPI da CovidJefferson Rudy/Agência Senado
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Rio - O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), criticou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-AM) por querer paralisar os trabalhos do grupo devido a um recesso parlamentar, que deve ser iniciado a partir do dia 16 de julho. Para Calheiros existe "um esforço muito grande" para paralisar os trabalhos da CPI.
Pouco antes das 10h desta quarta-feira, 30, a CPI da Covid iniciou sessão para votar requerimentos e ouvir o empresário Carlos Wizard.
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"O presidente do Senado, isso é lamentável, porque nós temos uma boa relação pessoal e política com ele, ele está querendo paralisar os trabalhos, a preceito de fazer um recesso que não é recesso. Não é razoável você paralisar nenhuma investigação", declarou Calheiros em entrevista à rádio CBN.
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Além da possível paralisação dos trabalhos devido ao recesso, o comando do colegiado também requer uma prorrogação do funcionamento da CPI por mais 90 dias. O grupo já reuniu as assinaturas necessárias para estender os trabalhos, no entanto, a decisão ainda depende do aval do presidente do Senado.
Conforme mostrou o Broadcast Político, do sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Pacheco resiste à pressão para prorrogar a CPI. O parlamentar quer esperar e avalia consultar os líderes partidários da Casa para decidir sobre o adiamento. Para Calheiros existe "um esforço muito grande" para paralisar os trabalhos do grupo.
A ideia de prorrogar a CPI ganhou força na última semana. O colegiado quer investigar a ligação do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), com a compra de outras vacinas pelo Ministério da Saúde, além da Covaxin. Nestes casos, o quadro é parecido: vacinas mais caras compradas de laboratórios internacionais por meio de intermediários no Brasil, próximos do líder do governo. Além da Covaxin, as outras duas negociações envolvem a russa Sputnik V e a chinesa Convidecia. As suspeitas podem reforçar um pedido de convocação do deputado. Barros nega irregularidades.
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