Ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ)Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Por IG - Último Segundo
Rio - O ex-presidente da Câmara dos Deputados e atual parlamentar na Casa, Rodrigo Maia (sem partido) relatou em entrevista à revista Veja que vê com bons olhos ajudar a candidatura do ex-presidente Lula (PT) em uma eventual corrida ao Planalto em 2022.
Segundo Maia, uma "boa conversa" com o petista faz parte da democracia. "Esse tipo de aproximação é um aceno necessário nos tempos atuais: todos no campo democrático devem conversar. O Lula está praticamente no segundo turno, é favorito em 2022 e nós, do centro liberal, não podemos ficar de fora, precisamos tratar do futuro do país. As instituições provaram resiliência contra o autoritarismo do governo Bolsonaro, mas podem vir a se enfraquecer na hipótese de um segundo mandato".
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O deputado ressaltou ainda que pode ajudar Lula nas eleições, mas que não crê em aliança imediata. Um fator que pesa a favor da aproximação entre os lados é o passado entre as partes. Isso porque Maia se aproximou do governo petista durante o segundo mandado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
"O candidato para derrotar o petismo deve ser um nome capaz de tirar votos do presidente. E eles se concentram na extrema direita, em uma parte do segmento evangélico e no eleitor de classe média ressentido com a falta de perspectiva. A verdade é que Bolsonaro encolheu", explica Maia.
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Ao opinar sobre uma possível 'terceira via', o parlamentar disse que é preciso levar a sério uma candidatura do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
"Antes de tudo, precisamos reconhecer que é impossível chegar ao segundo turno sem São Paulo — não dá para excluir o governador João Doria do processo. Se daqui a seis meses Doria tiver recuperado a popularidade, é ele o candidato. Mas, dentro desse campo, outros devem participar, como Tasso Jereissati, Eduardo Leite, Rodrigo Pacheco e Luiz Henrique Mandetta", finalizou o ex-presidente da Câmara.