Lançamento do estudo foi feito na presença do governador de São Paulo, João Doria, do secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn, do presidente do Butantan, Dimas Covas, do coordenador dos testes clínicos da ButanVac, Rodrigo Calado, e do prefeito de Ribeirão Preto, Duarte NogueiraDivulgação
Para marcar o início da etapa A dos ensaios clínicos, um grupo de seis voluntários realizou uma de suas partes iniciais, a triagem. Nela, os participantes são examinados para saber se estão aptos a integrar a pesquisa em um processo que envolve pré-consulta, consulta, biometria e coleta de exames. Os voluntários que forem aprovados recebem a primeira dose da ButanVac de uma a quatro semanas após a triagem.
O objetivo da etapa A é avaliar a segurança e a seleção de dose (dose de imunizante que será incorporada na vacina definitiva). A expectativa é que ela seja realizada em algumas semanas, pois houve grande procura da população interessada em se voluntariar.
“A ButanVac é a primeira vacina nacional contra o coronavírus. Isso não é pouca coisa. O Brasil se insere no rol de poucos países que chegaram à vacina”, assinalou Dimas, lembrando que o imunizante é feito integralmente no Butantan, já está em produção e sua tecnologia é fruto de uma parceria com outras instituições – o que é usual no mundo da ciência. Segundo ele, a ButanVac é uma vacina aperfeiçoada, de segunda geração, com potencial de melhorar a resposta imunológica contra o SARS-CoV-2 e combater suas variantes.
ButanVac
A ButanVac é desenvolvida a partir da inoculação de um vírus modificado que contém a proteína S do vírus SARS-CoV-2 em ovos embrionados de galinhas – mesma tecnologia da vacina contra a influenza (gripe). Além de ser barata e muito disseminada, essa técnica é uma especialidade do Butantan: o instituto produz anualmente 80 milhões de vacinas da gripe usando ovos.
A tecnologia da ButanVac utiliza um vetor viral que contém a proteína Spike do novo coronavírus de forma íntegra. O vírus utilizado como vetor é o da doença de Newcastle, uma infecção que afeta aves. Essa tecnologia foi desenvolvida por cientistas na Icahn School of Medicine de Mount Sinai, em Nova York. A proteína S estabilizada do vírus SARS-CoV-2 utilizada na vacina com tecnologia HexaPro foi desenvolvida na Universidade do Texas em Austin.
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