Diretora da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, na CPI da CovidPedro França/Agência Senado

Brasília - O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), decidiu atender o pedido da depoente desta terça-feira, 13, para adiamento e encerrou a sessão que ouvia a diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, nesta noite.
Emanuela ficou, mais uma vez, em silêncio durante a segunda sessão da comissão. No entanto, após ser pressionada pelos parlamentares presentes, ela afirmou que falará nesta quarta-feira, 14. A diretora executiva da Precisa Medicamentos, empresa que intermediou a negociação da vacina indiana Covaxin com o governo brasileiro, alegou que estava "exausta" física e psicologicamente e optou por se calar.
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No início da sessão, a depoente declarou que não iria responder nada a respeito da Precisa Medicamentos. Após a recusa da diretora executiva, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu a palavra e cobrou do presidente da CPI uma postura mais firme quanto as negativas de Emanuela em se pronunciar na comissão.
"Esse andamento atípico da CPI se deu pelo não entendimento do primeiro comando do Supremo. O STF concedeu a depoente o direito de permanecer calada para evitar auto incriminação. Porém, ela foi equivocadamente orientada a não responder nenhuma pergunta. Vossa excelência, senador Omar Aziz poderia ter decretado voz de prisão por desobediência... A depoente pode silenciar com relação as perguntas que gerem risco de auto incriminação, mas não com relação as demais. Ressalto que exaustão não é justificativa para não responder", disse Vieira.
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Após pressão dos senadores presentes, Emanuela disse que estava disposta a colaborar e que descansada poderia falar. "Eu estou sem condições físicas e psicológicas. Eu não tenho irregularidade, eu estou disposta a esclarecer, mas só peço um adiamento de 8 horas", afirmou.
Por conta das reclamações, Aziz a convocou para depor nesta quarta-feira, 14, às 9h, e alertou que espera que a depoente esteja disposta a responder todas as perguntas.
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Emanuela está protegida por um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) concedido pelo ministro Luiz Fux, que assegura a ela o direito de permanecer em silêncio. A decisão provocou críticas na comissão.
*Estagiário sob supervisão de Thiago Antunes
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*Com informações de Estadão Conteúdo