Representante brasileiro da empresa Davati Medical Supply, Cristiano Alberto Carvalho, na CPI da Covid, 15Pedro França/Agência Senado

O representante comercial da Davati Medical Supply Cristiano Alberto Carvalho afirmou nesta quinta-feira, 15, durante o seu depoimento na CPI da Covid, que quando disse ao policial militar Luiz Paulo Dominghetti, através de mensagem, que só havia "fdp" no Ministério da Saúde, ele estava fazendo uma crítica direta ao coronel da reserva Marcelo Blanco da Costa.
A troca de mensagens foi obtida pela comissão no celular de Dominghetti, que depôs na CPI da covid no dia 1 de julho, após denunciar uma suposta cobrança de propina de 1 dólar por dose pelo ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, em uma negociação de vacinas da Astrazeneca.
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Nas mensagens do celular de Dominghetti, o policial militar se refere a Roberto Dias como "vagabundo", enquanto o representante da Davati responde dizendo que "só tem FDP nesse ministério".
Assim como Cristiano Carvalho, Dominghetti se intitula como representante da Davati, empresa que tentou intermediar essa contratação. Roberto Dias nega ter cobrado propina e, à CPI, chamou Dominghetti de "picareta". O coronel Blanco, citado nesta quinta por Carvalho, foi assessor de Roberto Dias na diretoria de Logística da Saúde, mas foi exonerado em janeiro.
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"Peço até desculpas pelo termo, mas eram mensagens que a gente trocava. Sobre isso, acho que até me excedi. Na verdade, o que eu estava me referindo é como eu passei a negociar com o senhor [Marcelo] Blanco, aqui, eu me referia a esse tipo de negociação que tinha sido instaurada. Que aparentemente, o Roberto Dias havia indicado o Blanco para negociar comigo. Ele falava em nome do Roberto Dias o tempo todo", disse Carvalho.
"Quando me referi, era nessa questão aqui da interferência do Blanco, que não havia necessidade. Peço desculpas aí aos senhores, por ter mencionado um servidor público dessa forma, mas foi a sensação que eu tive por ter mais uma pessoa no negócio que não havia necessidade. Ele já não era mais um servidor público desde janeiro, né, porém a impressão que me deu foi que ele continuava assessorando o Roberto Dias", prosseguiu.
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Em outro momento do depoimento, Cristiano Carvalho voltou a dizer que apesar da exoneração do coronel Blanco, ele continuava influenciando negociações no Ministério da Saúde.
"Parecia ele [Blanco] ser muito próximo do Roberto Dias, até um assessor oficioso. Continuava a exercer a mesma função que exercia enquanto estava no Ministério da Saúde", declarou.