Borba-gato caçava, matava e escravizava indígenasReprodução

A Justiça de São Paulo liberou nesta sexta-feira, 30, Géssica Silva Barbosa, esposa do ativista Paulo Roberto da Silva Lima, o entregador de aplicativo conhecido como "Galo", após a revogação da prisão temporária. Ela foi acusada de ter ajudado no incêndio da estátua do bandeirante Borba Gato, na Zona Sul da capital paulista. 
Géssica foi solta após a Justiça comprovar que ela não esteve presente no local na hora do incêndio da estátua. Desde o dia da prisão, ela alegava que cuidava da filha do casal, de 3 anos. A defesa havia pedido a troca de prisão temporária em domiciliar em razão da criança. 
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Também foi constatado que o aparelho telefônico de Géssica encontrava-se nas proximidades da residência do casal. Além da soltura dela, o advogado também pediu a revogação da prisão temporária de Galo nesta semana.
A Justiça de São Paulo expediu mandado de prisão contra ela e o marido na quarta-feira, 28. A prisão ocorreu após Galo se apresentar à polícia voluntariamente ao 11º Distrito Policial de Santo Amaro e afirmar ter sido um dos autores do incêndio na estátua.
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De acordo com o advogado do casal, Jacob Filho, o motivo pelo qual Géssica tinha sido envolvida no caso do incêndio é que o celular usado na troca de mensagens sobre a organização para o ato estava no nome dela. 
O grupo chamado "Revolução Periférica" publicou imagens com amontoado de pneus e o monumento já encoberto de fumaça. De acordo com as primeiras informações, por volta das 13h30, um grupo desembarcou de um caminhão e espalhou pneus pela via e nos arredores do monumento, ateando fogo na sequência. Policiais militares e bombeiros chegaram rapidamente ao local e controlaram as chamas e liberaram o tráfego. Não houve feridos e nem detidos.
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Na sexta-feira, 23, nas redes sociais, os membros do grupo divulgaram uma ação em que colaram cartazes com a pergunta "Você sabe quem foi Borba Gato?" em vários postes e muros da capital.
Ao longo dos anos, a estátua, que foi inaugurada em 1963 e tem autoria de Júlio Guerra, é duramente criticada e já foi alvo de protestos. Em 2016, manifestantes derrubaram um banho de tinta.
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Os atos levam em conta o posicionamento contrário de exaltar bandeirantes. Isso porque eles eram responsáveis por muito mais que adentrar o território brasileiro. Também capturavam e escravizavam indígenas e negros encontrados pelo caminho, quando não os matavam em confrontos sangrentos, dissipando etnias. Estupraram e traficaram mulheres indígenas, além de roubar minas de metais preciosos nos arredores das aldeias.