Brasília - Na CPI da Covid, os senadores questionaram a rapidez com que o reverendo Amilton Gomes de Paula foi recebido pelo Ministério da Saúde. Na sessão, o reverendo negou ter contatos na pasta. Entretanto, ele disse que enviou e-mail à Secretaria de Vigilância em Saúde, ligado ao ministério, para marcar reunião no dia 22 de fevereiro, às 16h30, com vistas à “apresentação e possível negociação da vacina AstraZeneca”.
Durante a sessão, o reverendo afirmou que foi recebido na data pelo então diretor de Imunização e Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde doministério Lauricio Monteiro Cruz.
Entre os senadores que questionaram estão o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), e o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Eles perguntaram o que explicaria o prestígio do reverendo por ter sido recebido no ministério no mesmo dia em que encaminhou e-mail, enquanto laboratórios eram ignorados pelo governo, o religioso afirmou que foi pela "urgência da demanda e escassez" de vacinas. Amilton negou conhecer alguém na pasta.
"O que nos espanta é que farmacêuticas do mundo todo que estavam oferecendo vacina diretamente não tiveram esse tratamento. O Instituto Butantan e a Pfizer não tiveram esse tratamento. Acho que o senhor teve muita sorte, é um fenômeno isso. O senhor mandou o e-mail às 12h, apontou o horário a ser recebido [16h30] e houve a reunião. Queria essa eficiência do serviço público para a Pfizer", disse Randolfe.
Além dele, Renan também complementou sobre a rapidez da pasta quanto ao contato com o reverendo. "A Pfizer mandou mais de 100 mensagens e sequer uma resposta teve. O que chama atenção é que ninguém foi atendido pelo governo, mas o ministério recebeu o senhor (reverendo) em um intervalo de duas horas", disse ele.
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Senadores questionam o ministério da Saúde demorar duas horas para atender a Davati em detrimento dos diversos emails sem resposta da Pfizer.
Mesmo contestado por senadores, o reverendo negou ter ligação com parlamentares e com o presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a ligação que teve foi com o deputado federal Roberto de Lucena (Podemos-SP), que teria assinado carta de apoio da ONG Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah) para a aquisição de vacinas pelo governo brasileiro, de acordo com a proposta da Davati.
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