Presidente Jair BolsonaroReprodução
'Grande parte não sabe nem o que é dinheiro', diz Bolsonaro sobre indígenas
Presidente deixou claro ainda ser contra novas demarcações de terras, além de afirmar que o processo estaria atrapalhando a agricultura do país
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quarta-feira, 4, que a sua gestão no governo federal estaria "libertando" indígenas. A declaração ocorreu durante uma entrevista à Rádio 96 FM de Natal, no Rio Grande do Norte. Segundo o presidente, muitos índios "não sabem nem o que é dinheiro".
Após ser questionado por um dos radialistas sobre ter conhecimentos a respeito da criptomoeda bitcoin, Bolsonaro respondeu que não sabia, assim como "99%" dos que ouvintes.
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Logo em seguida, o chefe do Executivo brasileiro disse estar feliz pois, segundo ele, sua gestão está "libertando os índios". Bolsonaro declarou ainda que a Fundação Nacional do Índio (Funai) havia destinado R$ 50 milhões para os indígenas investirem em bitcoin.
"Com todo respeito, a grande parte não sabe nem o que é dinheiro. Nós estamos libertando os índios. Projeto anterior, o índio cada vez mais produzindo, como os parecis, um orgulho para nós. Estamos estimulando agora os bacairis, os caiapós, ianomâmis", declarou.
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Fim das demarcações
Durante a mesma entrevista, Bolsonaro declarou ser contra novas demarcações de terras por indígenas. Segundo ele, o país não pode mais inviabilizar a agricultura e o agronegócio por conta desta questão, mostrando-se mais uma vez ser a favor do PL490, projeto que limita novas demarcações.
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"Chega. Você fica pensando como é que pode 10 mil índios terem uma área equivalente a duas vezes o estado do Rio de Janeiro, como os ianomâmis. Chega, não dá mais porque a intenção disso é inviabilizar a agricultura, inviabilizar o agronegócio do Brasil e virar um conflito".
O PL 490 prevê uma série de ataques aos povos indígenas no Brasil. O principal deles é a criação de um "marco temporal" que define que para a demarcação de terras os indígenas devem estar ocupando ou usando o local desde 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição federal, restringindo assim novas demarcações.
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