O ministro da Saúde Marcelo QueirogaVAlter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, declarou, nesta sexta-feira, 27, que a obrigação do uso de máscaras e a exigência de comprovante de imunização para entrar em algumas cidades e locais de uso coletivo não ajudam em nada. De acordo com Queiroga, essas obrigatoriedades restringem as liberdades da população.
Queiroga esteve no Rio, para cumprir sua agenda, no dia em que a cidade anunciou adoção de comprovante de vacinação.  A medida, que irá começar a valer a partir de setembro, cria uma exigência para que as pessoas apresentem um “passaporte” comprovando que já estão vacinadas contra a Covid-19 na entrada de locais públicos e privados de uso coletivo.
Decisão foi, mais uma vez, criticada pelo ministro da saúde. Segundo ele, a postura adotada restringe a liberdade individual dos cidadãos.
"Passaporte não ajuda em nada... o Brasil já tem um regulamento sanitário que é um dos mais avançados do mundo. E essas matérias, elas são matérias administrativas. O certificado de vacinação está lá, qualquer um pode pegar. E você começar a restringir a liberdade das pessoas, exigir um passaporte, carimbo, querer impor por lei uso de máscaras pra tá multando as pessoas, indústria de multa, nós somos contra isso", declarou.

As regras da exigência do comprovante de vacinação já foram publicadas no Diário Oficial do município, e a expectativa é que a medida ajude a diminuir o número de casos da variante Delta. 
Em entrevista ao O DIA, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, reforçou a importância da continuidade no uso dos equipamentos de proteção e criticou a postura do ministro.
"Existem diversas comprovações de que o uso de  máscaras, depois da vacina, é a melhor medida de proteção, e não deve ser abandonado tão cedo, principalmente em ambientes fechados. Não vejo, hoje, justificativas para não se usar e não ser obrigatório a utilização das máscaras.", afirmou o infectologista.
Ao ser questionado sobre a fala de Queiroga, Chebabo afirmou que as declarações do ministro são um desserviço à sociedade, e destacou ainda que alguns países já estão retornando com a obrigatoriedade do uso do equipamento. "Países que, inclusive, abandonaram esse uso estão retornando com essa obrigatoriedade, principalmente Israel e alguns lugares nos Estados Unidos", completou.