CPI da Covid: diretor da Prevent Senior passa a ser investigado pela comissão
Relator da CPI afirmou também que irá enviar para a Procuradoria de Justiça do Estado de São Paulo as informações apuradas pela comissão sobre a atuação da operadora
Diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior presta depoimento à CPI da Covid - Edilson Rodrigues/Agência Senado
Diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior presta depoimento à CPI da CovidEdilson Rodrigues/Agência Senado
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que o diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, entrará para o rol de investigados pela comissão. Pedro foi chamado a depor à comissão nesta quarta-feira, 22, na condição de testemunha. Com o andamento da sessão, os senadores reforçaram acusações contra a operadora de saúde.
O relator da CPI afirmou também que irá enviar para a Procuradoria de Justiça do Estado de São Paulo as informações apuradas pela comissão sobre a atuação da Prevent Senior na pandemia.
"Esses fatos aconteceram lá e há desejo do Ministério Público de São Paulo em levantar essa situação. Mandaremos, claro, para a Procuradoria-Geral da República e, adicionalmente, para Procuradoria em São Paulo", disse Renan.
Pouco antes da mudança para investigado, o senador Otto Alencar (PSD-BA) apontou a “paliatização” do tratamento da covid-19 pela Prevent Senior. Otto explicou que o procedimento se dá com a transferência de pacientes da UTI para a enfermaria, onde são administrados medicamentos paliativos, já sem chance de recuperação. E considerou o ato como uma "violência macabra".
Já o relator classificou o procedimento como uma espécie de “eutanásia”. Otto disse que já denunciou os episódios sem que tenha havido manifestação do Conselho Federal de Medicina.
O diretor-executivo pediu que o senador comprovasse os fatos com prontuários médicos e, a princípio, se negou a responder. Em seguida, Eduardo Girão (Podemos-CE) disse ser importante ouvir o depoente, que declarou que “paliativismo” é “matéria antiga”. Batista Jr. disse que pacientes com idade acima de 60 anos têm taxa de mortalidade superior à de jovens. E que, “para não haver generalizações, é necessário avaliar os dados gerais das mortes por faixas etárias”. O senador Rogério Carvalho (PT-SE) explicou que será necessário que o Conselho de Medicina de São Paulo tome a frente e avalie 100% dos óbitos ocorridos no âmbito da Present Senior.
"O paliativismo é importante, mas você nao pode definir o tempo que o paciente vai ficar internado numa unidade de terapia intensiva. Quem define é a necessidade do paciente, e não a equipe [médica] sob orientação da direção [do hospital]. A direção não pode dizer que o paciente só deve ficar dez dias na UTI e a partir daí ir para o tratamento paliativo. Aí é colocar os pacientes sem nenhuma chance de sobrevivência, porque vão direto para uma 'morte confortavel'", disse o senador.
O presidente Omar Aziz (PSD-AM) pediu ao diretor da Prevent Senior um levantamento da quantidade de drogas usadas em pacientes nas UTIs nos anos de 2019 e 2020. A intenção do senador é fazer um comparativo com a elevação do consumo de cloroquina e outros medicamentos administrados no tratamento precoce.
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