Ministro da Educação, Milton RibeiroIsac Nóbrega/PR

Brasília - Milton Ribeiro, ministro da Educação, está em Paris para participar da 41ª Conferência Geral da Unesco. Ele fica na capital francesa até domingo, segundo sua agenda oficial, apesar da crise que assola o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e às vésperas da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para os dias 21 e 28 de novembro.
Nesta quarta-feira (10), ele foi um dos oradores e discursou sobre alguns programas do Ministério da Educação, citando as dificuldades de retomada do ensino após a pandemia de covid-19. "Permitam-me, assim, reafirmar com veemência o compromisso do governo brasileiro com a superação de todos os desafios atuais e históricos da educação, ao lado da Unesco, cuja presença em meu país é tradicionalmente forte", disse.
A ausência do ministro nesta semana em Brasília ocorre em um momento bastante conturbado para a Pasta. Na segunda-feira, 35 servidores do Inep pediram exoneração coletiva por causa da "fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do Inep". No grupo estão profissionais que possuem funções importantes para a realização do Enem.
O pedido de exoneração coletiva fez com que um grupo de deputados apresentasse um requerimento de convocação de Ribeiro à Comissão de Educação da Câmara. O deputado professor Israel Batista (PV-DF) quer que o ministro esclareça "as denúncias de assédio moral e as recentes exonerações ocorridas no Inep".
Já parlamentares do PSOL também protocolaram outro pedido de convocação do ministro e querem saber das reais condições para se realizar o Enem na data marcada. Mas o Ministério da Educação, em nota, disse que o cronograma de execução das provas está mantido e que a saída de servidores não afetará o Enem. "As provas do exame já se encontram com a empresa aplicadora e o Inep está monitorando a situação para garantir a normalidade de sua execução", disse.