Jair Bolsonaro (sem partido)AFP

Brasília - Parlamentares de oposição utilizaram as redes sociais, nesta sexta-feira (19), para criticar o presidente Jair Bolsonaro depois que servidores do Ministério da Educação e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) acusaram o mandatário de tentar interferir nas questões do Enem. 
De acordo com os funcionários, Bolsonaro solicitou ao ministro Milton Ribeiro a alteração do termo 'Golpe de 1964' por 'Revolução'. Já segundo integrantes do governo, o pedido teria sido feito ainda no primeiro semestre.
Políticos repercutiram o fato após ele vir a tona. "A crise no Inep vai além do ENEM. É gravíssima a sanha de um governo que cogitou definir até o que entra ou não na prova. Mais grave ainda é o desmonte de um órgão que realiza o Censo Escolar da Educação Básica e a avaliação do nível de aprendizagem", lamentou a senadora Simone Tebet (MDB-MS). 
"O objetivo da nossa ação no TCU, que vai investigar a conduta do presidente do INEP, Danilo Dupas, é garantir a segurança da realização do ENEM. Queremos proteger o exame educacional mais importante do país dos ataques do governo Bolsonaro", comentou o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) sobre a abertura do inquérito.
"Não há dúvidas de que houve direcionamento e censura às provas. Precisam ser responsabilizados!", pediu a vereadora Talíria Petrone (Psol-RJ). 
"Bolsonaro pediu que Enem trocasse "Golpe de 1964" por "revolução" em questões. De fato, essa é a "cara do governo": NEGACIONISTA. Mas não adianta! Nós, professores, temos um compromisso com a história, e não deixaremos que ela seja apagada. Ditadura nunca mais!", declarou o deputado Federal Alessandro Molon (PSB).
O perfil da União Nacional dos Estudantes também se manifestou: "As evidências de censura precisam ser investigadas, queremos um Enem seguro! É o futuro de milhares de brasileiros que está em risco, Vai ter luta", escreveram no Twitter.