O julgamento do caso da Boate Kiss chega ao 5º dia neste domingo, 5, quando devem ser ouvidos uma testemunha de defesa do sócio da casa noturna Mauro Hoffmann, Tiago Mutti, e o sobrevivente Delvani Brondani Rosso. Ao todo, quatro réus respondem por 242 homicídios com dolo eventual, quando se assume o risco de matar, e 636 tentativas de homicídio, em referência à quantidade de feridos após o incêndio que atingiu a casa de shows em janeiro de 2013, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
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Dos 12 sobreviventes convocados para depor, oito já foram ouvidos até o momento. Outras quatro pessoas também já testemunharam ao júri. Além dos quatro réus, 16 pessoas devem falar enquanto testemunhas.
Neste sábado, Cristiane dos Santos Clavé, que conseguiu escapar da tragédia com vida relatou que o irmão, que foi buscá-la no local, ajudou a quebrar as paredes da boate na tentativa de tirar a fumaça tóxica. "Quando meu irmão chegou, eu disse pra ele que aquilo era um filme de terror. Meu irmão foi tirar as madeiras que revestiram a parede. Ele veio até a mim dizendo que ia entrar. Eu disse pra ele não entrar", contou. Ela afirmou, ainda, que não houve um aviso para evacuação da casa noturna: "Muita gente morreu sem saber o que estava acontecendo".
"Escutava gente gritando que era fogo e gente gritando que era briga. Não sabia o que estava acontecendo. Quando senti que era fogo mesmo, respirei fundo e tentei sair. Mas tinha gente empurrando porque a porta da cozinha era perto dos banheiros, e tinha gente imaginando que o banheiro era a saída", acrescentou. Relatos da época indicam que diversos corpos foram encontrados no banheiro após o incêndio.
Segundo a denúncia do Ministério Público, Luciano foi a pessoa que comprou e ativou o fogo de artifício e que deu início ao incêndio e provocou a morte de 242 pessoas. Além dele, também são acusados os empresários e sócios da boate, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, e o músico Marcelo de Jesus dos Santos, que além das mortes também são investigados pela tentativa de homicídio de outras 636 que tiveram ferimentos com o incêndio.
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