O presidente Jair Bolsonaro diz ter estreitado a relação com Mohammed bin Salman durante encontro do G-20, em 2019José Dias/PR
A convite de Bolsonaro, polêmico príncipe saudita visitará o Brasil em março
Mohamed bin Salman é conhecido pelo regime ultraconservador e é suspeito de envolvimento no assassinato de um jornalista na Arábia Saudita
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro convidou o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, para visitar o Brasil em março. O monarca, com quem o chefe do Executivo diz ter "certa afinidade", governa um regime ultraconservador baseado no islamismo e é apontado como suspeito do assassinato de um jornalista dissidente no país.
Bolsonaro já se encontrou com o saudita em outras ocasiões. Segundo o presidente, a boa relação entre eles começou em junho de 2019, durante encontro do G-20 (grupo das vinte maiores economias do mundo) no Japão. Meses depois, em outubro daquele ano, o mandatário brasileiro viajou ao Oriente Médio e descreveu um encontro com o príncipe como "muito bom e descontraído".
No mesmo dia, Bolsonaro disse a jornalistas que "todo o mundo gostaria de passar a tarde com um príncipe, especialmente as mulheres". "Tenho uma certa afinidade com o príncipe. Em especial depois do encontro em Osaka", completou ele, naquela ocasião. A vinda de Mohamed ao Brasil em março foi revelada pelo blog de Natuza Nery no portal G1.
Bin Salman foi apontado por integrantes do Conselho de Direitos Humanos da ONU como suspeito de ordenar o assassinato do jornalista dissidente Jamal Khashoggi, visto pela última vez com vida em outubro de 2018. Khashoggi era colunista do Washington Post e sua morte gerou grande repercussão global. O episódio levou o príncipe a ser denunciado por crime contra a humanidade pela ONG Repórteres Sem Fronteiras.
Bolsonaro tem se aproximado de líderes considerados controversos Na semana passada, o chefe do Executivo se encontrou com o presidente Vladimir Putin, da Rússia, e com o premiê ultradireitista da Hungria, Viktor Orbán. A viagem foi criticada por ocorrer no momento em que a comunidade internacional acompanha com preocupação a tensão crescente naquela região.
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